«Usar de»
Devemos escrever «o pai usou a prudência para lhe fazer ver aquilo», «o pai usou da prudência para lhe fazer ver aquilo», ou «o pai usou de prudência para lhe fazer ver aquilo»? Nunca percebi esta formulação.
Obrigado.
Devemos escrever «o pai usou a prudência para lhe fazer ver aquilo», «o pai usou da prudência para lhe fazer ver aquilo», ou «o pai usou de prudência para lhe fazer ver aquilo»? Nunca percebi esta formulação.
Obrigado.
«O pai usou de prudência para lhe fazer ver aquilo» e «O pai usou a prudência para lhe fazer ver aquilo» são ambas frases pertinentes.
O Dicionário de Verbos e Regimes (Rio de Janeiro/Porto Alegre/São Paulo, Editora da Livraria do Globo, 1947), de Francisco Fernandes, ilustra o uso da regência com frases de alguns autores literários; por exemplo:
1 – «Ao capitão pedia que lhe dê mostras das fortes armas de que usavam» (Camões, Lusíadas, I, 63).
Na mesma linha vai o Dicionário Sintático de Verbos Portugueses (Coimbra, Almedina, 1994), de Winfried Busse, o qual, além de registar o uso transitivo do verbo (ou seja, com complemento direto), salienta a utilização do verbo usar com um complemento preposicionado. O Dicionário Priberam da Língua Portuguesa também admite, a par do emprego transitivo de usar, o uso da preposição de.
A preposição de é uma escolha do sujeito enunciador no que respeita a querer determinar o que o sujeito utiliza. Se se pretender apresentar o que o sujeito usa, então, deve utilizar-se o complemento direto (acusativo) sem a partícula de. Exemplo: «Ele usa o charme para as seduzir.» Se se desejar dar ênfase ao valor instrumental daquilo que é usado, a frase ficaria da seguinte maneira: «Ele usa do charme para a seduzir.»