Do grego κάλαθος (kálathos) provém a forma latina calathus, usada por Virgílio, a qual daria naturalmente “cálato” em português, forma utilizada, por exemplo, neste artigo da Wikipédia.
O grego κάλπις (kálpis), cuja forma latina não encontro atestada, poderia dar, em português, “cálpis”, a partir do nominativo, ou “cálpide”, a partir da forma oblíqua, mas nunca “cálpice”. Neste artigo da Wikipédia é dada preferência à primeira forma.
O grego ψυκτήρ (psyctér), cuja forma latina não encontro atestada, poderia dar, em português, “psícter”, a partir do nominativo, ou “psíctere”, a partir da forma oblíqua. Não vejo qualquer motivo para se omitir o c na assimilação do vocábulo, como sucede neste artigo da Wikipédia, que faz uso da forma “psítere”.
O grego κύλιξ (kýlix), cuja forma latina não encontro atestada, poderia dar, em português, “cílix”, a partir do nominativo, ou “cílice”, a partir da forma oblíqua. Neste artigo da Wikipédia, é dada preferência à segunda forma. Note-se, porém, que já existe o vocábulo cílice com outra aceção: «natural ou habitante de Cilícia», de acordo com o Grande Dicionário de Língua Portuguesa da Porto Editora (2004, p. 333), o qual, porém, remete esta forma para a variante ciliciense, e esta para a variante ciliciano, à qual dá preferência. Este termo cílice tem uma origem etimológica diferente (latim cilix, cilĭcis), que nada tem que ver com a anterior. Por isso mesmo, talvez seja preferível optar pela forma “cílix” para designar o vaso grego em questão...
O grego ῥυτόν (rhytón), cuja forma latina não encontro atestada, daria naturalmente “ríton” em português, forma utilizada, por exemplo, neste artigo da Wikipédia.
O grego λουτροφόρος (loutrophóros), cuja forma latina não encontro atestada, daria naturalmente “lutróforo” em português, forma utilizada, por exemplo, neste artigo da Wikipédia.
O grego ἀσκός (áskos), cuja forma latina não encontro atestada, daria naturalmente “asco” em português, forma utilizada, por exemplo, neste artigo da Wikipédia.
Do grego σκύφος (skýphos) provém a forma latina scyphus, usada por Cícero e Horácio, a qual daria naturalmente “escifo” em português. Neste artigo da Wikipédia, aparece, porém, a forma “escífo”, erroneamente acentuada.
O grego κέρνος (kérnos), cuja forma latina cernos aparece apenas em inscrições, daria naturalmente “cerno” em português. Neste artigo da Wikipédia, o termo não se encontra aportuguesado.
O grego πινάκιον (pinákion), cuja forma latina Pinacium aparece na obra de Plauto como antropónimo, daria naturalmente “pinácio” em português.
O grego κοτύλη (kotýle) deu em latim as variantes cotўla, cotўle, cotŭla, todas elas atestadas, as quais naturalmente dariam em português cótila, “cótile” e “cótula”, respetivamente. Destas, parece-me preferível a primeira, até porque já está dicionarizada, embora com outra aceção. Trata-se da «cavidade de um osso onde se articula a extremidade de outro», de acordo com o Grande Dicionário de Língua Portuguesa da Porto Editora (2004, p. 408), o qual, porém, remete esta forma para a variante cótilo, à qual dá preferência. Esta aceção anatómica tem exatamente a mesma origem etimológica que a taça em questão.
Quanto a λύδιον (lýdion), trata-se, de facto, de um adjetivo substantivado, que significa simplesmente «lídio». Creio que poderá traduzir-se por «vaso lídio», com indicação do termo original entre parêntesis e em itálico.
No que toca a bucchero, trata-se de um termo italiano que guarda relação etimológica, direta ou indireta, com o português púcaro. Creio que poderá traduzir-se por «vaso etrusco», ou mesmo «púcaro etrusco», com indicação do termo original entre parêntesis e em itálico.
Do grego λέβης (lébes) provém a forma latina lebes/lebētis, usada por Virgílio e Ovídio, a qual poderia dar, em português, “lebes”, a partir do nominativo, ou “lebete”, a partir da forma oblíqua.
Quanto a χύτρα (chýtra) e olla, trata-se de termos genéricos para panela em grego e latim, respetivamente. Poderão traduzir-se por «panela romana» e «panela grega», respetivamente, com indicação dos termos originais entre parêntesis e em itálico.
O grego στάμνος (stámnos), cuja forma latina não encontro atestada, daria naturalmente “estamno” em português.
O grego πελίκη (pelíke) ou πελίκα (pelíka), cuja forma latina não encontro atestada, daria provavelmente “pélica” em português, se entrasse através do latim.
Seja como for, em qualquer um dos casos tratados, poderá optar-se por recorrer apenas aos termos originais em itálico, sem qualquer aportuguesamento. É desta forma que procede, por exemplo, em grande parte dos casos, Jorge Alarcão, na sua obra Portugal Romano (Editorial Verbo, 1983).