A expressão é possível e não pode ser considerada incorreta.
O substantivo proximidades, quando usado no plural, significa «lugar próximo» (Dicionário Priberam), sendo sinónimo de arredores ou cercanias.
Por esta razão, poderá ser usado numa construção como a que se apresenta em (1):
(1) «A casa fica nas proximidades da aldeia.»
É também possível usá-lo numa construção sem sintagma preposicional:
(2) «A casa fica nas proximidades.»
A diferença entre as frases (1) e (2) reside na explicitação do local que permite localizar a casa. Na frase (2), esta localização terá de ser reconstruída por informações contextuais.
Uma pesquisa no Corpus do português, de Mark Davies, devolve-nos alguns registos de uso da construção em apreço em textos literários, como
(3) «[...] Deucalião foi obrigado a permanecer por algum tempo num boteco das proximidades do ancoradouro.» (Gastão de Holanda, O Burro de Ouro.)
(4) «Nas proximidades do Parque Sólon de Lucena, cercado de palmeiras imperiais e flamboyants, encontrei o Hotel Costa do Sol, como me interessava.» (José Louzeiro, Devotos do Ódio.)
(5) «Um dia, estando Pancôme nas proximidades dessa montanha, anunciou a todos os quadrantes que ia escalá-la.» (Lima Barreto, Os Bruzundangas.)
(6) «No verão de 1860, Francisco Vacariano tomou conhecimento de que Anacleto Campolargo, rico criador de gado, natural de Uruguaiana, deseja comprar terra nas proximidades de Antares.» (Érico Veríssimo, Incidente em Antares.)
(7) «Passados dias voltava Herodes do Porto, quando nas proximidades da aldeia encontrou alguns homens a cavalo, que lhe eram desconhecidos.» (Júlio Dinis, A Morgadinha dos Canaviais.)
Também encontrei registo desta construção em Jorge Amado
(8) «Inutilmente ele rondou nas proximidades da árvore onde ela residia, não a viu.» (Gato Malhado e a andorinha Sinhá.)
Pelo que fica exposto, a construção é possível e foi usada por diversos autores, brasileiros e portugueses.
Disponha sempre!