Num estudo sobre o conto em apreço – "Subsídios para uma leitura orientada do conto A Inaudita Guerra da Avenida Gago Coutinho, de Mário Vieira de Carvalho", Máthesis, 12, 2003, 313-325 – lê-se a seguinte nota (p. 322, nota 16):
«Jinns, na mitologia maometana, são espíritos, génios, de categoria inferior aos anjos, com poder sobrenatural sobre os homens e capazes de assumir forma humana ou animal.»
Neste contexto, a palavra maometano deve ser entendida como o mesmo que árabe, embora na verdade seja sinónimo de islâmico ou islamita.
O Dicionário Houaiss também regista esta palavra sob a forma djim, definindo-a assim:
«[C]ada uma das entidades corporais maléficas ou benfazejas, superiores aos homens e inferiores aos anjos, imperceptíveis aos sentidos, e cuja importância na literatura popular e no folclore árabes é bastante grande.»
Assinale-se que a grafia djim (substantivo masculino singular), além de registada no Dicionário Houaiss (1.ª edição, 2001), figura igualmente no Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa da Porto Editora, disponível na Infopédia, e no Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa da Academia Brasileira de Letras, embora nesta última obra se consigne paralelamente djin, em itálico, como estrangeirismo, e classificado como substantivo masculino plural. De referir ainda que djim é adaptação do árabe djin ou djinn, «gênio» (Dicionário Houaiss, s.v. djim). Este aportuguesamento pode ser discutível, pelo facto de o dígrafo dj ter escassa tradição e reduzido uso na ortografia portuguesa. Em seu lugar, opta-se por j, o que significa que, em alternativa, a grafia da palavra em referência poderia ser "jim", forma não atestada.