Como se refere no Glossário do Ciberdúvidas e na resposta anterior sobre matado e morto, alguns verbos portugueses têm dois particípios passados, um regular, mais extenso e acentuado na terminação «-ado» ou «-ido», e outro irregular, mais curto e acentuado no radical. Vejamos o que diz sobre o assunto a «Gramática da Língua Portuguesa», de Pilar Vázquez Cuesta e Maria Albertina Mendes da Luz (Edições 70, 1971):
O particípio irregular costuma derivar directamente do Latim como cultismo, ainda que algumas vezes se tenha já formado dentro da Língua Portuguesa por contracção.
Esquecida a sua proveniência verbal, a maior parte destes particípios irregulares são usados como simples adjectivos (cego, cativo, livre) ou inclusive como substantivos (progresso, reduto).
Quando os particípios passados coexistem com um valor verbal, costuma utilizar-se:
- A forma irregular com o verbo «estar» ou, na passiva, com «ser», concordando em género e número com o sujeito da oração;
- E a forma regular com a formação dos tempos compostos com os auxiliares «ter» e «haver» como invariável.
Assim, o prezado consulente diz que «o papel foi impresso, embora a impressora o tivesse (ou houvesse) imprimido muito mais devagar do que é costume».