A forma que até hoje se utiliza na maior parte dos países para medir a temperatura – a dilatação do mercúrio segundo uma escala em que zero graus representam o ponto de congelamento da água, e cem graus, a sua ebulição – leva nome do físico sueco Anders Celsius (1701-1744) e conhecida também é chamada de grau centígrado. As duas formas são aceites.
N. E. (29/01/2016; atualização em 3/02/2016) – Esta resposta justifica uma maior precisão de esclarecimentos. O termo centígrado é anterior ao termo que deriva do apelido sueco Celsius, como regista o Dicionário Houaiss: «[a] partir da Conferência Geral de Pesos e Medidas (1948), centígrado foi substituído por célsius, do astrônomo sueco Anders Celsius (1701-1744)». Esta informação é, em certa medida, confirmada por Guilherme de Almeida, em Sistema Internacional de Unidades – Grandezas e Unidades Físicas, Terminologia, Símbolos e Recomendações (pág. 31, nota 7*), que identifica como termo correto, não célsius, mas «grau Celsius», cujo símbolo é ºC. Os dicionários e vocabulários ortográficos portugueses e brasileiros apresentam também a adaptação do nome Celsius a nome comum. No dicionário da Academia das Ciências de Lisboa , bem como no Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa da Porto Editora (edição de 2009, em papel) e no Vocabulário Ortográfico do Português (Portal da Língua), escreve-se celsius, cuja transcrição fonética, ['sɛlsjuʃ], por marcar o acento tónico sobre a sílaba cel-, pode deixar supor que a grafia não é congruente com a pronúncia, aparentemente fugindo aos princípios e regras ortográficas que definem a correspondência entre grafia e fonia (seria de esperar célsius). Todavia, impõe-se observar que, em Portugal, desde há mais de 80 anos, os termos técnicos de uso internacional mantêm a grafia da língua de proveniência; por exemplo, estão corretas as grafias joule e watt, sem itálico, nem aspas, tanto no âmbito da aplicação do Acordo Ortográfico de 1945 como no da adoção do Acordo Ortográfico de 1990. Não obstante, refira-se que, em relação ao Brasil, o Dicionário Houaiss e o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa da Academia Brasileira de Letras aplicam um acento gráfico a célsius, de forma a dar conta da acentuação tónica da primeira sílaba do nome Celsius ("célsius"). Ainda assim, pelo menos, em Portugal, é, portanto, legítimo escrever celsius, pela razão já apontada. Sobre a preferência a dar a «grau Celsius» ou celsius (ou, ainda, célsius) sobre centígrado, trata-se de matéria controversa: para Guilherme de Almeida (idem, ibidem), o uso de centígrado é incorreto, pelo que se impõe a adoção do termo «grau Celsius»; D'Silvas Filho, sem deixar de concordar que «grau Celsius» é o termo mais rigoroso e correto, considera que não é inaceitável a expressão «grau centígrado» no registos não especializados e lembra que «os dicionários continuam a incluir a designação de grau centígrado», apesar de a remeterem para «grau Celsius» ("Grau centígrado novamente", 1/06/2004).
* «O kelvin e o correspondente símbolo K empregam-se também para exprimir um intervalo ou uma diferença de temperatura (cf. 13.ª Conferência Geral de Pesos e Medidas). Não deve empregar-se o símbolo «ºK».
Além da temperatura termodinâmica, T, expressa em kelvins, utiliza-se também a temperatura Celsius (símbolo t ou q ), definida pela equação
t = T - 273,15
Para exprimir a temperatura Celsius utiliza-se a unidade «grau Celsius», que é igual à unidade «kelvin». O grau Celsius é um nome especial utilizado, em vez de Kelvin, para expressar os valores da temperatura Celsius.
Os intervalos ou diferenças de temperatura podem ser expressos tanto em kelvins como em graus Celsius (cf. 13.ª CGPM, 1967, Resolução 3).
O símbolo do grau Celsius é °C, entendendo-se que o símbolo ° e a letra C constituem um símbolo único e inseparável (não se deve deixar espaço entre ° e C, devendo escrever-se °C e não ° C). Por esta razão é igualmente incorrecto escrever apenas 25°, pois neste último caso o símbolo °C não está completo.
O nome «grau centígrado» (em vez de «grau Celsius») é inadmissível e foi rejeitado, já em 1948, pela LINK 9.ª CGPM (Conferência Geral de Pesos e Medidas).»