A conjugação perifrástica, ou perífrase verbal, tem lugar quando uma predicação é feita por uma locução verbal. Tipicamente esta é formada por um verbo auxiliar e por um verbo principal (no infinitivo, gerúndio ou particípio passado). As duas formas verbais poderão ou não ser ligadas por uma preposição. Eis alguns exemplos de perífrases verbais1:
(1) «Começou a estudar latim.»
(2) «Deves fazer o que te digo.»
(3) «O desenho foi concebido pelo João.»
No caso em apreço, transcrito em (4), o verbo gostar não é um verbo auxiliar, pois estes caracterizam-se por ter perdido o seu sentido pleno, veiculando, ao associar-se a um verbo principal valores modais (como em (1) e (2) ou temporais (como em (3)2 e mantendo a flexão em tempo, modo, pessoa e número:
(4) «O João gosta de dançar.»
Neste caso, o verbo gostar é um verbo com significado pleno e, portanto, constitui um verbo principal que rege a preposição de, que poderá ser seguida de um grupo nominal, como em (5) ou de uma oração infinitiva, como em (4):
(5) «O João gosta de dança.»
Disponha sempre!
1. Para mais informação sobre estruturas e valores, cf, esta resposta.
2. Para mais informações, cf. esta resposta.