DÚVIDAS

Frequência e linguiça

Estava para ser aprovado pelo governo no final de 2007, mas mais uma vez foi adiado.

A língua portuguesa escrita tem muitas regras pouco claras.

Como português, desconhecia que no Brasil se escrevia lingüiça, tendo uma leitura de acordo com o que dizemos, e que o acordo quer abolir.

Gostaria de saber porque é que:

freqüência, que se diz "frecuência", se deve escrever frequência.

lingüiça, que se diz "lingu-iça", se tem de escrever linguiça.

Gostaria de aprofundar o tema, mas penso que este Acordo Ortográfico de 1990 deve ser revisto.

Resposta

Frequente

O som ¦k¦ antes de e ¦ke¦ ou de i ¦ki¦ na nossa língua está normalizado na grafia qu, quer no Brasil, quer em Portugal (no nosso país já lá vai cerca de um século). Assim, quando o u se pronuncia, a grafia mantêm-se que ¦kwe¦ ou qui ¦kwi¦, ambas com ditongo crescente (são grosseiras as pronúncias ¦ku-e¦ ou ¦ku-i¦).

Linguiça

O trema em Portugal foi banido da língua portuguesa no acordo de 1945 (no Brasil sê-lo-á completamente no novo acordo). Só se aceita (e aceitará) em nomes próprios estrangeiros ou derivados (ex.: Müller, mülleriano) ou em siglas e unidades de medida. De acordo que seria útil para esclarecer a pronúncia. No entanto, lembro que há línguas sem acentos; ora isso não impede que os falantes interpretem convenientemente as grafias que representam a fonia das palavras, pois as grafias são meras convenções estabelecidas na comunidade ling{#u|ü}ística para comunicarem a sua fala por escrito.

Acordo de 1990

Concordo que o novo acordo não é perfeito. Foi, porém, o melhor que os especialistas conseguiram, para obter alguma uniformização (um único dicionário para toda a lusofonia e uma grafia que seja toda legal no universo da língua). Tinha-se tentado uma proposta mais ambiciosa, em 1986, mas foi recusada porque… simplificava em excesso…

Ao seu dispor,

ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa ISCTE-Instituto Universitário de LisboaISCTE-Instituto Universitário de Lisboa ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa