Antigamente, quando ainda nem sequer havia fogões, onde ardesse a lenha para preparar as refeições, cada habitação tinha a cozinha onde, numa fornalha ou na lareira, ardia a lenha para preparar os alimentos. Essa lareira era, nalgumas casas, junto à parede e noutras no canto da cozinha. No inverno, as famílias, tantas vezes acompanhada pelos vizinhos, recebiam à noite o calor agradável daquele «fogo» tão necessário para o seu aquecimento. Era esse «fogo» de tanto valor para aquela gente, que a palavra «fogo» se sobrepôs a moradia, casa, habitação, residência, etc.. E assim, passaram a dizer-se frases como esta: A minha aldeia é a maior daquela região, tem oitenta «fogos». Compreende-se, porque aquele «fogo» era, no inverno, o centro, a alma da convivência amigável daquelas pessoas que muito se queriam.