Entre a última palavra de uma sequência e o sinal de pontuação não há espaço. É imediatamente após o sinal que ele se verifica; assim, «… pão;…» e «… pão:…» é que estão certos.
N. E. No Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, publicado no Brasil (Rio de Janeiro, Editora Objectiva, 2001), regista-se ponto-e-vírgula e dois-pontos, com hífen. O Ciberdúvidas aceita esta grafia, a par das formas sem hífen, já que tem adoptado um sistema de dupla ortografia.
Observe-se, contudo, que, mesmo no Brasil, não há consenso quanto ao uso de hífen com estes termos. Com efeito, na Moderna Gramática Portuguesa (Rio de Janeiro, Editora Lucerna, 2002, págs. 604/605) de Evanildo Bechara, não têm hífen os nomes dos sinais de pontuação constituídos por locuções (dois pontos, ponto e vírgula, ponto de exclamação, ...). No recente Dicionário Unesp do Português Contemporâneo (2003), há entrada para ponto-e-vírgula, mas não para dois[-]pontos; além disso, regista-se ponto-de-exclamação (com hífen) e, logo a seguir, contraditoriamente sem hífen, ponto de interrogação. No dicionário Aurélio XXI escreve-se dois-pontos e ponto-e-vírgula, mas sem hífen ponto de interrogação e ponto de exclamação. Refira-se que no dicionário Houaiss se grafa sem hífen ponto de interrogação e ponto de exclamação.
Em suma, parece haver instabilidade no uso do hífen nas locuções designativas dos sinais em causa, provavelmente porque ainda são sentidas composicionalmente, isto é, como expressões cujos elementos ainda mantêm significação própria.