A dinâmica da língua ultrapassa necessariamente a ratificação feita pelos acordos ortográficos. A propósito desta palavra, achamos interessante apresentar opiniões diversas de estudiosos da língua:
No Grande Dicionário de Língua Portuguesa, de José Pedro Machado, da Sociedade da Língua Portuguesa, pode ler-se: «Galicismo inútil, vantajosamente substituível por minúcia, miudeza, pormenor, particularidade.»
No seu Dicionário de Questões Vernáculas (Livraria Ciência e Tecnologia Editora, São Paulo), Napoleão Mendes de Almeida escreveu: «Detalhe, detalhar – Já João Ribeiro a afirmar: "É galicismo muito usado...", já Vasco Botelho de Amaral a dizer: "A bem da verdade, detalhe, detalhar têm feição portuguesa" – que mais acrescentar? É realmente difícil impor a substituição em "O fato foi detalhadamente reproduzido" – "Não há detalhe que não revele o pintor" – como difícil é rejeitar a palavra quando temos talhe, entalhe. Se de "tailler" o francês fez "détailler", por que do nosso talhar não podemos fazer detalhar e os correspondentes derivados?»