Normalmente, os advérbios de modo, incluindo os que acabam em -mente, modificam um verbo, podendo receber o nome de adjuntos (cf. Terminologia Linguística para o Ensino Básico e Secundário). Por exemplo, devagar e lentamente são advérbios de modo compatíveis com um contexto em que ocorra o verbo andar: «por favor, ande devagar/lentamente».
Contudo, há uma série de advérbios em -mente a que é impróprio chamar «de modo» e que modificam não o verbo mas a frase, associando valores relacionados com a atitude de quem fala em relação ao conteúdo frásico (por exemplo, afirmação, dúvida). Compreende-se assim que ao empregar o advérbio efectivamente numa frase se queira dizer «sem dúvida» e não «de modo efectivo»: «É efectivamente [= sem dúvida] muito tarde.»
Do conjunto destes advérbios, chamados disjuntos, fazem parte: certamente, efectivamente, naturalmente, realmente, possivelmente, provavelmente, felizmente, infelizmente, francamente, obviamente. E esta lista juntamos definitivamente, que tem entrada no Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea da Academia das Ciências de Lisboa.
Acresce que alguns destes advérbios podem ser também ser adjuntos, isto é, ter o comportamento dos chamados advérbios de modo. É o caso de naturalmente, que é disjunto em «naturalmente saiu mais cedo» (= «é provável que tenha saído mais cedo»), mas adjunto em «a cor sai naturalmente» (=«a cor sai de modo natural»). O mesmo se passa com definitivamente: disjunto em «ela é, definitivamente [= sem dúvida], a melhor intérprete»; adjunto em «fecharam definitivamente [= de modo definitivo]».
Uma última chega: de facto, demente não é advérbio de modo. Trata-se de um adjectivo e um substantivo, em que a sequência "...mente" não é uma unidade linguística. Já o -mente de definitivamente é um sufixo e é, por isso, uma unidade linguística.