A construção pretendida, isto é, com o verbo dar na forma imperativa em registo formal ( dê) e o pronome clítico na forma acusativa ( - o para o masculino e - a para o feminino) aglutinado com a forma dativa ( - me) resulta na seguinte forma: «dê-mo» ou «dê-ma».
As formas de imperativo do verbo dar são as seguintes:
Dá (informal = tu)
Dê (formal = você/o senhor)
Demos (plural = nós, sem distinção entre formal e informal)
Dêem (plural = vocês, sem distinção entre formal e informal)
Em português do Brasil, como a terceira pessoa do singular (dê) é também usada para o registo informal, não se distingue um registo do outro.
Quanto aos clíticos acusativos (-o e -a), em posição mesoclítica (depois do verbo) com o verbo dar no imperativo, apresentam-se desta forma:
Dá-o/Dá-a
Dê-o/Dê-a
Muito abreviadamente, as formas -lo/-la são formas antigas do pronome enclítico (no meio do verbo), que em português antigo se escreviam aglutinadas aos verbos, sem serem separadas por hífen, e que depois se mantiveram. As formas -no/-na dão-se sempre que a forma verbal termine com um som nasal. Seguem-se os exemplos:
Demo-lo/Demo-la
Dêem-no/Dêem-na
Por fim, os clíticos acusativos, quando aglutinados com o clítico dativo -me, apresentam as seguintes formas:
Dá-mo/Dá-ma (informal)
Dê-mo/Dê-ma (formal)
Dizer informalmente «dá-me a tua confissão» equivale a dizer «dá-ma» (dá + me + a), e dizer formalmente «dê-me a sua confissão» equivale a dizer «dê-ma» (dê + me + a).
Esperamos ter esclarecido a dúvida. A consulente poderá sempre pesquisar no Ciberdúvidas outras respostas relacionadas com este tema, de modo a entender melhor o funcionamento e a posição dos clíticos.
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