Em português, ambas são palavras simples, ainda que cuidado possa parecer um derivado de cuidar. Mas não é disso que se trata, porque tanto o substantivo como o verbo provêm de formas latinas, respetivamente, cogitātus, a, um, «meditado, pensado, refletido», e cogĭto, as, āvi, ātum, āre, «agitar no espírito, remoer no pensamento, pensar, meditar, projetar, preparar» (Dicionário Houaiss).
Existe, portanto, uma relação entre cuidado e cuidar que se entende melhor historicamente, no contexto da formação das palavras latinas: com efeito, o étimo de cuidado, cogitātus, a, um, é um particípio passado que faz parte da flexão do verbo cogĭto; posteriormente, essa forma participial ter-se-á convertido em substantivo, pelo menos, nos romances ibéricos ocidentais que deram origem ao português, galego e castelhano atuais.