Para a concordância de todo* com «cuidado e prudência», adopte-se a regra estipulada por Celso Cunha e Lindley Cintra, na Nova Gramática do Português Contemporâneo (Lisboa, Edições João Sá da Costa, 1084, pág. 273/274), relativa à concordância de adjectivo com substantivo:
«O adjectivo concorda em género e número com o substantivo mais próximo, ou seja, com o primeiro deles:
[...]
Tinha por ele alto respeito e admiração.
Tinha por ele alta admiração e respeito. [...]»
Do mesmo modo, diremos «todo o cuidado e prudência...». Não é necessário enunciar o artigo definido a, o qual se depreende de todo o. Todo(s) o(s)/a(s) é a forma assumida por este quantificador em português brasileiro, quando significa «inteiro», e em português europeu.
Quanto à concordância verbal, é simples: o sujeito é complexo (ou seja, é formado por uma estrutura de coordenação), por isso, segue a regra geral — o verbo vai para o plural:
«Todo o cuidado e prudência no trânsito nunca são de mais.»
* Todo a acompanhar substantivo é pronome adjunto indefinido na terminologia gramatical brasileira (Nomenclatura Gramatical Brasileira de 1959). Na actual terminologia gramatical portuguesa (Dicionário Terminológico) é quantificador universal, embora num quadro tradicional (Nomenclatura Gramatical Portuguesa de 1967) já tenha sido chamado pronome adjunto indefinido.