Tendo em conta que o Dicionário Terminológico dedica uma secção (C.1) à análise do discurso e a disciplinas correlatas, transcrevo as definições disponíveis na subsecção C 1.1:
«O discurso distingue-se, tal como o texto, por ser uma identidade de âmbito e funcionamento transfrásicos. O discurso e o texto são o produto da concatenação coesiva e coerente de frases e de enunciados.
«Apesar de algumas flutuações e até divergências de entendimento, há muitos pontos de acordo e de coincidência que nos permitem, com François Rastier, formular definições relativamente estabilizadas: discurso é “o conjunto de usos linguísticos codificados ligado a um tipo de prática social”; texto é uma “sequência linguística autónoma (oral ou escrita), constituindo uma unidade empírica, e produzida por um ou diversos enunciadores em prática social atestada. Os textos são o objecto da linguística”.
«É importante sublinhar que tanto o discurso como o texto podem ser orais ou escritos.»
Sobre o conceito de texto, também convém consultar o verbete texto da subsecção C 1.2:
«O texto é prototipicamente uma sequência autónoma de enunciados, orais ou escritos, de extensão variável – um texto pode ser constituído por um único e curto enunciado ou por um número elevadíssimo de enunciados —, com um princípio e um fim bem delimitados, produzido por um ou por vários autores, no âmbito de uma de uma determinada memória textual e de um determinado sistema semiótico, isto é, em conformidade, em tensão criadora ou em ruptura com as regras e as convenções desse sistema, e cuja concretização ou actualização de sentido é realizada por um leitor/intérprete ou por um ouvinte/intérprete. A coesão, a coerência, a progressão, a metatextualidade, a relação tipológica, a intertextualidade e a polifonia são as principais propriedades configuradoras da textualidade.»