Sendo o se reflexo objecto directo do verbo, a sua posição normal, no português europeu, é enclítica (depois do verbo): «Lavou-se, vestiu-se e olhou-se ao espelho».
Existem, todavia, casos em que não é aceitável, na norma culta, esta colocação:
1 - Quando o verbo está no Futuro ou no Condicional, o pronome é colocado em situação mesoclítica (no meio do verbo):«Lavar-se-á, vestir-se-á e olhar-se-á ao espelho»;
2 - Quando o verbo é precedido de palavra negativa, o pronome fica em situação proclítica (antes do verbo):«Nunca se lavou», «Ninguém se olhou ao espelho»;
3 - Nas orações iniciadas por pronomes ou advérbios interrogativos, é também a próclise que prevalece: «Quem se levantou a meio da noite?», «Por que razão se olha ela ao espelho?»;
4 - Idem, nas orações iniciadas por palavras exclamativas ou nas que exprimem desejo: «Que se vista rapidamente!», «Deus se compadeça dos vencidos»;
5 - Também nas orações iniciadas por «quando» se deve colocar o pronome em próclise: «Quando se levantou, era noite escura»;
6 - Com o gerúndio regido da preposição em: «Em se levantando virá falar consigo».
Além destes casos, outros há em que a língua portuguesa tende a usar o se reflexo em situação proclítica, tornando-se demasiado longo enumerá-los exaustivamente. Sugiro, pois, que o nosso consulente nos apresente contextos em que a colocação do pronome lhe pareça duvidosa. Cf. Respostas Anteriores.