Segundo o Grande Dicionário da Língua Portuguesa, de António de Morais Silva (2002), o Grande Dicionário da Língua Portuguesa, de Cândido de Figueiredo (1998), o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa (2005) e o Dicionário Etimológico da Língua Portuguesa, de José Pedro Machado, (1990), tanto os termos barrão, varrão ou varrasco (do latim verres), assim como os vocábulos marrão ou marrano (do castelhano marrano) são sinónimos de porco, sendo usados os três primeiros para designar um «porco novo que serve de reprodutor», e marrão (ou marrano) para referir um «porco já crescido, que deixou de mamar».
Basta, assim, fazer-se o feminino de cada uma dessas palavras para partirmos do princípio de que, tal como existem os termos marrã ou marrana («porca nova, que deixou de mamar»), barrã corresponderá ao feminino de barrão, com o valor de «porca já em fase de reprodução», significado este que parece estar mais de acordo com o conteúdo do texto de José Saramago, pois a barrã surge evocada pelo narrador como «mãe autêntica de alguns deles [os bácoros] e para os outros emprestada na ocasião» (José Saramago, As Pequenas Memórias, Lisboa, Caminho, 2006, p. 127).