Para ilustrarem um círculo vicioso, as duas últimas frases da passagem em questão deveriam ter a seguinte formulação:
«As coisas não andam porque ninguém confia no governo. E ninguém confia no governo porque as coisas não andam.»
Na formulação inicial, o que há é a simples repetição da oração «porque ninguém confia no governo», sem conseguir sugerir uma relação de mútua causalidade entre «as coisas não andam» e «ninguém confia no governo».
Note-se que os conceitos de círculo (ou ciclo) virtuoso e círculo (ou ciclo) vicioso são usados frequentemente em economia.
Primeiro exemplo
Se os empresários subirem os preços dos seus produtos para obterem mais lucro, limitam o poder de compra dos consumidores. Se estes consumirem menos, as empresas venderão menos. Se venderem menos, terão de reduzir o pessoal, e o consumo volta a baixar. Assim se cria um círculo vicioso.
Segundo exemplo
Os empresários melhoram as tecnologias de produção e desenvolvem a produtividade das suas empresas. Vendem os produtos ao preço corrente ou baixam os preços para atraírem os clientes. Com os lucros obtidos, fazem investimentos no mesmo ramo ou em novos produtos. São admitidos novos empregados que se tornam novos consumidores. Os seus consumos dinamizam o mundo dos negócios. Assim, se desenvolve um círculo virtuoso.
Nas frases apresentadas «As coisas não andam porque ninguém confia no governo» e «porque ninguém ninguém confia no governo, as coisas não andam», estamos perante uma informação que se repete. Sabemos apenas que não há nenhum movimento.