"Antiguismo" é variante de "antiguíssimo", por sua vez, forma não normativa de antiguíssimo. No português europeu dialectal, o sufixo -íssimo ocorre ou ocorria como "-ismo", com síncope do i, em paralelo com o que também sucede nos dialectos galegos, conforme se descreve Ricardo Carballo Calero na Gramática Elemental del Gallego Común (Vigo, Editorial Galaxia, 1976, pág. 176, n. 15):
«El pueblo refuerza a menudo el elativo [=superlativo absoluto] en -ísimo con el adverbio moi: moi grandísimo, y esta forma redundante es más usada que la forma culta sola. En ésta, suele caer la i postónica: grandismo, moi grandismo, tanto más facilmente cuanto más énfasis se pone en la pornunciación, como en las exclamaciones, pues el mayor relieve de la sílaba tónic acentúa la relajación de la vocal átona siguiente: ¡Maria Santisma!»
Não se trata, portanto, de nenhum derivado de antigo, formado com o sufixo -ismo.1
Sendo "antiguismo" um dialectalismo, e "antiguíssimo", forma não aconselhável, deve usar-se antiquíssimo», superlativo absoluto sintético de antigo (cf. Celso Cunha e Lindley Cintra, Nova Gramática do Português Contemporâneo, Lisboa, Edições João Sá da Costa, 1984, pág. 259).
Em relação a limpada e limpa, com o verbo estar, a forma correcta é «a sala está limpa», de acordo com a resposta anterior Verbos com particípio passado duplo (II).
1 Sobre o sufixo -ismo, o Dicionário Houaiss indica o seguinte: «[derivado] do gr[ego] -ismós, oû, formador de nome de ação de verbos em -ízō e, às vezes, em -iō, pelo lat[im] -ismus, i, donde: gr[ego] katēkhízō: katēkhismós: port[uguês] catequizar: catecismo; gr. hellenízō: hellenismós: port. helenizar: helenismo; gr. ostrakízō: ostrakismós: port. ostracizar: ostracismo; cumpre notar que, no port., tal processo tornou-se expressivo tb. no sentido inverso, -ismo: -izar (bolchevismo: bolchevizar; jacobinismo: jacobinizar); em form. mais recentes, o suf[ixo] -ismo foi, primeiro, us. em medicina, para designar uma intoxicação de um agente obviamente tóxico: absintismo, alcoolismo, ergotismo, eterismo, hidrargirismo, iodismo; no curso, ainda, do sXIX e no sXX, seu uso se disseminou para designar movimentos sociais, ideológicos, políticos, opinativos, religiosos e personativos, através dos nomes próprios representativos, ou de nomes locativos de origem, e se chegou ao fato concreto de que potencialmente há para cada nome próprio um seu der[ivado] em -ismo; a isso se acresceu que o suf. gr. -istēs > port. -ista, masc. e fem. como em gr., foi associado a ele para designar o adepto, aderente, seguidor, partidário; por fim, a ambos os suf. se agregou um terceiro, adjetivo, por soma do suf. -ista + –ico,a, formador de adjetivos (ver), donde -ístico, a, formando uma constelação sufixal em que a ocorrência de um deles tem função paradigmática com a dos outros numa cognação; isso, entretanto, não quer dizer que a constelação -ismo/-ista/-ístico tenha existência concomitante e automática (pianista s. 2g. é conexo com pianístico adj.2g., mas não pressupõe ou mesmo supõe *pianismo s.m.; modista s.2g. é conexo com modismo s.m., mas não pressupõe modístico adj. 2g., dentista, copista não pressupõem formas em -ismo ou -ístico), nem quer dizer que a distribuição categorial em -ista seja rígida, pois é de s. 2g. mas tb. de adj. 2g., o que pode acarretar numa dada constelação a proscrição ou quase não uso de -ístico adj.; não raro, há formas em -ismo que dispensam a constelação: heroísmo, p.ex., não presume necessariamente *heroísta, bastando heróico, sem embargo de heroístico adj. [...].»