Não me parece que as duas interpretações tenham de se excluir. Ao considerar «levada» como predicativo, está a fazer-se a análise da locução verbal em si própria, dando conta de que o adjectivo verbal que está presente se comporta como um predicativo do sujeito ao concordar em género e número com o sujeito. Encarada na sua globalidade, a locução «é levada a» é completada pela frase infinitiva que vem a seguir.
Porém, não me parece que a infinitiva desempenhe a função de complemento indirecto, se considerarmos que este complemento desempenha nos predicados uma função específica e que pode ser substituído pelo pronome pessoal lhe.
Embora alguma tradição gramatical (e estou a pensar na Nova Gramática do Português Contemporâneo de Celso Cunha e Lindley Cintra) use o termo indirecto para todas as situações em que um complemento, ainda que frásico, se ligue ao verbo por meio de uma preposição, prefiro interpretações em que esse termo se restringe às situações em que, como já disse, o complemento pode ser substituído por lhe, designando como oblíquo ou preposicional o complemento que, obrigatoriamente, se liga a um verbo para completar o seu sentido noutras circunstâncias.
No caso em análise, esse complemento oblíquo é uma frase completiva infinitiva.