Ainda o uso do hífen
Na “Nova Gramática do Português Contemporâneo”, de Celso Cunha e de Lindley Cintra, em página de que já me não recordo, encontrei um hífen a medear estes dois termos: “morfo-sintáctico”. Vacilante, tentei ancorar-me no «Tratado de Ortografia da Língua Portuguesa», em que Rebelo Gonçalves, na página 250, reputa “inadmissível o uso do hífen nos compostos em que um elemento de origem substantiva, proveniente do grego ou do latim e terminado em 'o', se combina com um ou mais substantivos ou adjectivos”. Perante esta asserção, questionei-me se seria eu quem não teria interpretado bem a regra ou se a «Gramática» estaria em colisão com o «Tratado». Será, pois, em Rebelo Gonçalves que deverei sustentar os meus argumentos em favor da supressão do hífen em “morfossintáctico” ou em “morfossintaxe”? Ou deverei seguir antes o que este mesmo autor escreve (pág. 216) para “fonético-sintáctico”?
P.S. – De acordo com a regra supratranscrita, não deveria A. Tavares Louro rever o que escreveu sobre “ovário-histerectomia”, em 6 de Outubro de 2003? É que, para este caso, Rebelo Gonçalves não deixa margem para dúvida: impõe-se a “elisão do 'o' final de um elemento, antes de vogal ou 'h' + vogal (suprimindo-se o 'h')”: "ovaristerectomia".
