Não são muitos os adjetivos invariáveis tanto em número como em género: além de simples, temos reles, isósceles e uma série de adjetivos terminados em -as, frequentes no registo informal e normalmente usados depreciativamente, como medricas, «medroso», ou piegas, «que se lamenta demasiado» (cf. Dicionário Priebram da Língua Portuguesa). Certos adjetivos, encarados ora como compostos ora como derivados prefixados, podem também não fletir em número: multiúsos (Dicionário Priberam da Língua Portuguesa; grafia registada também no Vocabulário Ortográfico Atualizado da Língua Portuguesa, da Academia das Ciências de Lisboa, e tendo em conta o modelo de miúdo e fiúza, preferível a multiusos, proposta por outros vocabulários ortográficos). Também palavras mais consensualmente analisadas como derivadas por prefixação não variam nem em género nem em número; p. ex., antirrugas («creme/máscara antirrugas»). Finalmente, refira-se que os adjetivos compostos referentes a cores «[...] são invariáveis quando o segundo elemento da composição é um substantivo: uniformes verde-oliva; saias azul-ferrete; canários amarelo-ouro; blusas vermelho-sangue.» (Celso Cunha e Lindley Cintra, Nova Gramática do Português Contemporâneo, Lisboa, Edições João Sá da Costa, 1984, pág. 253).