O composto açúcar-cande aparece registado com acento circunflexo em "cânde" apenas no dicionário da Academia das Ciências de Lisboa e no da Porto Editora. No entanto, trata-se de um erro, dado que, quer no composto quer fora dele, o adjectivo cande não leva acento, pois a palavra é grave, logo, não precisa de acento.
Confirmam-no vários dicionários, entre eles, o Houaiss, o Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa, o Dicionário Etimológico, de José Pedro Machado, o Dicionário de Morais, o Dicionário Compacto da Língua Portuguesa, de Morais da Silva, o Dicionário da Língua Portuguesa, da Notícias Editorial, o Dicionário Enciclopédico Alfa, o Dicionário Analógico da Língua Portuguesa, o Dicionário Etimológico Prosódico, de Silveira Bueno, o Dicionário Etimológico Nova Fronteira, de Geraldo da Cunha, o Dicionário Universal da Língua Portuguesa, o Dicionário Aurélio Século XXI, o Dicionário Brasileiro Contemporâneo, de Francisco Fernandes, e o Vocabulário da Língua Portuguesa, de Rebelo Gonçalves, onde aparece registado cande e açúcar-cande, variante/sinónimo de cândi e açucar-cândi, este, sim, com acento, pois sem ele a palavra tornar-se-ia aguda: *«candi».
Consultámos ainda dicionários anteriores ao acordo de 1947, pois nessa altura ainda se escrevia flor com acento circunflexo: «flôr», e, nesse caso, poderia dar-se o caso de «cânde» não estar ainda actualizado no dicionário da Academia das Ciências e no da Porto Editora, mas não é o caso, pois tanto no Dicionário da Língua Portugueza, de Silva Bastos, como no Vocabulario Etymologico, Orthographico e Prosodico, de Ramiz Galvão, e na 1.ª edição do dicionário de Cândido Figueiredo, onde aparecem grafados vocábulos como «diphthôngo», «psychopátha» e «týmpano», o adjectivo cande é já grafado sem acento.
São, portanto, legítimos os compostos açúcar-cande e açúcar-cândi.