Transcrever significa «passar um texto oral a texto escrito ou copiar um texto escrito de um sítio para outro», razão pela qual a expressão «fazer a transcrição» é sinónima de copiar (Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea, da Academia das Ciências de Lisboa, 2001).
A comprovar a legitimidade do uso deste verbo com o sentido de «escrever tal e qual como se fala», basta pensarmos na palavra transcrição, o substantivo usado para designar a «acção de reproduzir textualmente, copiando; acto ou efeito de transcrever», que ocorre com bastante frequência na expressão «transcrição fonética», em que se representam com «sinais fonéticos os fonemas ou sons de uma língua, com o maior rigor possível» (idem).
Ora, se transcrever pressupõe «copiar», implica que não há aí qualquer sinal de algo produzido por si próprio, de que quem transcreve se limita a usar o que foi feito/dito/escrito por outrem. É natural, pois, que, se alguém transcrever algum texto de outra pessoa e não mencionar o autor, estará a cometer plágio, a plagiar, a incorrer numa fraude.
Num contexto deste tipo, não há qualquer dúvida de que transcrever tem sentido pejorativo, porque é um acto condenável que revela a falta de honestidade de quem o pratica.