Embora o verbo reviver possa selecionar complementos em certos contextos, neste caso o segmento «nos netos» não é exigido pela estrutura argumental do verbo. Este elemento acrescenta apenas uma informação circunstancial, especificando o lugar ou a entidade em que se manifesta essa experiência, o que é característico dos modificadores.

Para se compreender melhor a função desempenhada por «nos netos», pode-se aplicar o teste da clivagem.

Teste da clivagem

«É nos netos que os avós revivem a infância dos filhos.»

Para além do teste da clivagem, pode-se igualmente aplicar o teste da omissão, ou seja, se com a retirada de «nos netos» a frase continuar a fazer sentido e a sua agramaticalidade não for prejudicada, então, este elemento não é selecionado pelo verbo e, por isso, não é um complemento. Portanto, como se pode observar em (1), a omissão de «nos netos» da frase não prejudica o seu sentido e gramaticalidade.

(1) «Os avós revivem a infância dos netos.»   

Com base nestes testes, conclui-se que «nos netos» funciona como modificador, na medida em que é possível separar o constituinte «nos netos» do verbo e complemento, sendo que a sua omissão não torna a frase agramatical.

Em síntese, consideramos o constituinte «nos netos» como modificador, uma vez que não é selecionado pelo verbo, mas acrescenta um valor de circunstância ao processo descrito.