O verbo proibir permite duas construções diferentes no que diz respeito aos seus complementos:
1. proibir algo a alguém
2. proibir alguém de algo
No primeiro caso, temos algo como objecto directo (proibi-lo a alguém) e a alguém como objecto indirecto (proibir-lhe algo).
No segundo caso, temos alguém como objecto directo (proibi-lo de algo) e de algo como complemento preposicional, uma vez que é introduzido pela preposição de. É o que acontece com a frase que o consulente apresenta: «Porque proíbem os meninos de brincar no jardim?» «Os meninos» é o objecto directo («Porque os proíbem de brincar no jardim») e «de brincar no jardim», o complemento preposicional.
Quanto à questão «não deveria ser aos meninos?», vale a pena referir o Dicionário Prático de Regência Verbal, de Celso Pedro Luft (Editora Ática, 1987), que na página 420 diz o seguinte: «A variação regencial proibir-lhe algo ou proibi-lo de algo pode dar o cruzamento proibir-lhe de algo, construção rara, destoante e desaconselhável em nível culto formal.»