Se considerar que guardar é usado como sinónimo de pôr, poderá dizer que «na mochila» é de facto um complemento oblíquo. Geralmente, por guardar entende-se «pôr em lugar apropriado» (cf. Dicionário Houaiss), pelo que a noção do lugar onde se guarda já é inerente ao próprio verbo e torna-se dispensável a explicitação do constituinte que o marca; daí a possibilidade de se dizer «guardei os livros», sem que daí nos assalte a impressão de a frase estar incompleta. Contudo, «na mochila» vem a ser a realização lexical desse desse lugar, o que permite analisar este sintagma como como complemento oblíquo.
N. E. (8/05/2016) – O consultor alterou a resposta, tendo em conta que no Dicionário Sintático de Verbos Portugueses (Coimbra, Livraria Almedina, 1995) se regista guardar quer como verbo transitivo direto, ou seja, só ocorrendo com complemento direto («ainda guarda os seus objetos de infância» – cf. guardar, idem), quer como verbo transitivo direto e indireto, o mesmo é dizer que, além do complemento direto, pode selecionar um complemento oblíquo de valor locativo (p. ex., «Guardou os livros na pasta.» – idem, ibidem).