Antes de mais, o consulente não precisa de se culpabilizar pelo uso do gerúndio na questão, porque, embora não seja frequente em português europeu, é correcto e é uma idiossincrasia do português-padrão brasileiro.
Em relação à questão propriamente dita, o verbo gostar rege a preposição de («gosto de cinema», «gosto de ler», «não gosto de chuva», «gostava de ir aos Himalais», «gostava de fazer um inter-rail», etc).
Todavia, quando se utiliza o verbo gostar para elaborar um pedido, em português europeu, há uma tendência crescente para a perda da preposição (de). Isto acontece, em grande parte, porque há uma disposição natural para a simplificação das estruturas linguísticas por parte dos falantes. Veja-se os seguintes exemplos:
(i) «Gostava (de) que me fizesse um favor.»
(ii) «Gostava (de) que me redigisse um texto.»
Ou seja, neste tipo de frases, ambas as formas estão correctas, com ou sem preposição, e a omissão de preposição neste tipo de construções não é entendida como agramatical.
No que diz respeito ao uso do condicional ou do pretérito imperfeito, também ambos estão certos. O pretérito imperfeito pode ser considerado mais informal, e o condicional, mais formal, erudito. O mesmo acontece quando se utiliza o verbo gostar para exprimir um desejo, ou um plano. As duas formas são aceites:
(i) «Gostava de ir as Himalais.»/«Gostaria de ir aos Himalias.»
No entanto, neste tipo de construções, a preposição é obrigatória.
Sempre ao seu dispor.