São vários os autores que reconhecem as duas regências apontadas para o verbo custar, na acepção de ser difícil, ser custoso. A prática, ou seja, o conjunto dos contextos em que os falantes usam o verbo, parece dar-lhes razão. Analisemos um pequeno corpus: 
 (1) Custa-lhe ir ao dentista. 
 (2) ?Custa-lhe a ir ao dentista. 
 (3) Pedir não custa nada. 
 (4) Pedir custa muito. 
 (5) Custa muito pedir. 
 (6) Esta questão custa a resolver. 
 (7) Resolver esta questão custa. 
 (8) Custa a ver os pormenores. 
 (9) Os pormenores custam a ver. 
 (10) Ver os pormenores custa. 
 (11) Este bolo custa a fazer. 
 (12) Custa fazer este bolo. 
 (13) Custa-me a crer nesta história. 
 (14) Custa-me crer nessa história. 
 O uso ou não da preposição parece estar relacionado com o verbo que ocorre na frase infinitiva e com as suas características lexicais. Parece também haver uma relação muito forte entre o complemento do verbo no infinitivo e o próprio verbo custar, como talvez possa depreender-se da análise dos exemplos (6), (9) e (11). Trata-se de um aspecto interessante, que, tanto quanto sei, não está estudado em profundidade. Posso, porém, dizer-lhe que ambos os exemplos que indica obedecem às características do verbo e estão correctos.