«Enviado especial» é uma expressão consagrada, e bem, na imprensa mundial. Os anglo-saxónicos chamam-lhe special envoy; os franceses, envoyé spécial, e os espanhóis, tal como em português. O termo aplica-se sempre que um jornal, uma estação de rádio ou de televisão enviam um(a) jornalista especificamente (ou especialmente) para a cobertura de um determinado acontecimento no estrangeiro, por imperativo de actualidade. Que pode ser por qualquer razão imprevista no planeamento normal dos media. Por exemplo, um terramoto, o falecimento de uma personalidade desta ou daquela área, um qualquer golpe de Estado, etc., etc. Já a cobertura, por exemplo, do Festival de Cinema de Cannes – uma rotina anual das agendas noticiosas – tem a cobertura de «enviados», simplesmente. Ou, noutro exemplo, quando o jornal X manda um «enviado» aos países bálticos para uma série de reportagens que assinalarão uma determinada efeméride, quando ela ocorrer. Em síntese, ao «enviado» a uma determinada zona incumbe fazer um trabalho jornalístico intemporal, ao passo que o do «enviado especial» foi imposto pela actualidade noticiosa.
O mesmo acontece na diplomacia internacional – por exemplo, na ONU –, onde se distinguem, também, os «enviados» e os «enviados especiais», conforme a (im)previsibilidade do acontecimento em causa.
[Uma correcção: a palavra latina media escreve-se sem acento.]