O substantivo balaústre, que significa «pequena coluna, geralmente mais grossa no meio do fuste, que se alinha com outros para sustentar um corrimão, uma travessa ou um peitoril» – cf. o dicionário da Academia das Ciências de Lisboa (ACL) –, pronuncia-se "bâ-lâ-us-tre" – transcrição fonética [bɐlɐˈuʃtɾɨ] (Vocabulário Ortográfico do Português – VOP). Separa-se, portanto o u do a precedente, ou seja, ficam estas vogais em hiato, não formando ditongo.
Quanto a balaustrada, que designa uma fila ou barreira de balaústres («parapeito que consiste numa fila de balaústres usado como remate de uma construção ou anteparo de um vão de uma varanda, de uma janela ou de um terraço», segundo o dicionário da ACL), mantendo-se o hiato da base donde deriva, articula-se esta palavras como "ba-la-us-tra-da" – transcrição fonética [bɐlɐuʃˈtɾadɐ ] (cf. VOP). No entanto, está muito difundida a pronúncia "ba-laus-tra-da" – em transcrição fonética [bɐlɐwʃˈtɾadɐ] –, em que sequência au é se pronuncia com o mesmo ditongo que se ouve em autor.
Nota-se, portanto, que balaustrada, apesar de derivar de balaústre, oscila entre duas pronúncias e os dicionários dividem-se: se o VOP e o Dicionário Houaiss (1.ª edição brasileira, de 2001) indicam hiato ("a-u"), o dicionário da Porto Editora e o da ACL transcrevem foneticamente a palavra com o ditongo [aw]. Importa também assinalar que a pronúncia considerada normativa no Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa de 1940 (Academia das Ciências de Lisboa) e no Vocabulário da Língua Portuguesa (1966), de Rebelo Gonçalves, era com hiato.
Em suma, atualmente existem duas pronúncias. Uma tem tradição, além de se fundar na conservação da estrutura silábica de balaústre. A outra, talvez por ser mais fácil pronunciar como ditongo a sequência au, está bastante difundida em Portugal e é hoje aceite por certas fontes dicionarísticas elaboradas neste país.