O termo tropa-fandanga é formado de duas palavras: o substantivo tropa e o adjectivo fandanga.
Tropa é um termo oriundo do francês troupe, redução de troupeau, «rebanho» (final do séc. XII), provavelmente do latim turba, «multidão em desordem ou movimento». Começou por designar um bando de animais e uma grande quantidade de pessoas juntas, uma multidão. No século XV, já a palavra era utilizada como designação de conjunto de homens de armas: este significado permanece, coexistindo, ao longo dos séculos, com o de grande quantidade de pessoas. No plural (as tropas), o termo passa a designar essencialmente os corpos militares que compõem o exército, o próprio exército, enquanto no singular tem várias acepções, da qual importa aqui a de «bando, multidão». Por curiosidade, refira-se que esta palavra é da família de trupe (tem a mesma etimologia), que significa conjunto de artistas, de comediantes, de pessoas que actuam em conjunto e, ainda, na gíria coimbrã, um grupo de estudantes trajados dispostos a exercer a praxe.
A palavra fandanga é a forma feminina do adjectivo fandango, formado do substantivo que designa a conhecida dança popular sapateada, termo este que entra em Portugal, vindo de Espanha, apenas no século XVIII. Pela conjugação da vivacidade da música, do ritmo, do barulho provocado pela dança e dos que nela participavam, o substantivo fandango passa a ser usado, em sentido figurado, na acepção de «balbúrdia». Surge, então, o adjectivo fandango, com o significado de «ordinário», «desprezível», «caricato», registado em dicionários portugueses no início do século XX.
Cria-se, assim, o termo tropa-fandanga, que significa gente desordenada, indisciplinada, grupo de pessoas que não merecem consideração, gente desprezível.