Numa sessão que decorreu no passado dia 2 de Novembro, em Lisboa, inserida numa acção de formação sobre a nova Terminologia Linguística para o Ensino Básico e Secundário (TLEBS), Inês Duarte referiu dois testes que permitem identificar quando uma frase subordinada é modificador do grupo verbal: 1 – Pode ocorrer isolada como resposta a uma interrogativa; 2 – Pode ser contrastada. Façamos os testes com os exemplos de modificadores frásicos indicados na base de dados da TLEBS. (1) O João caiu porque o chão estava molhado. Pergunta: – Porque caiu o João? – Porque o chão estava molhado.Contraste: O João caiu porque o chão estava molhado, mas não porque estava desatento. (2) Joguei tudo o que tinha para vencer. Pergunta: – Para que joguei tudo o que tinha? – Para vencer.Contraste: Joguei tudo o que tinha para vencer, mas não para fugir. (3) Antes que chegassem arrumaste a casa.Pergunta: – Quando arrumaste a casa? – Antes que chegassem. Contraste – Antes que chegassem, mas não antes que partissem, arrumaste a casa. Este mesmo tema é também abordado por Maria Lobo na sua tese de doutoramento Aspectos da sintaxe das orações subordinadas adverbiais do português, Lisboa, 2003, Universidade Nova. Esta linguista apresenta outros testes e analisa frases condicionais. Repetem-se, para manter uniformidade com as frases anteriores, os mesmos testes. O aluno passa se estudar. Pergunta: – Em que condições o aluno passa? – Se estudar. Contraste: O aluno passa se estudar, mas não se passear. Creio que se pode concluir que algumas condicionais funcionam como modificadoras de grupo verbal. Saliento, no entanto, que nem todas as subordinadas causais, finais, temporais ou condicionais são modificadores de frase.