«Não me aperte o braço.»
Nesta frase, o pronome pessoal me refere inequivocamente o braço do falante, e equivale ao possessivo meu: «Não aperte o meu braço.»
Este pronome pessoal exprime uma ideia de posse; a sua função sintática é descrita como dativo possessivo ou simpatético.
O complemento indireto é, tipicamente, um sintagma nominal (SN) precedido de a – e exprime o beneficiário dum verbo de transferência. «O Pedro deu um livro à sua prima.» Na frase que estudamos, o pronome pessoal não é, formalmente, um complemento indirecto — mas, em latim, iria para dativo. Chamou-se-lhe, por isso, dativo possessivo ou simpatético.
Como o consulente refere, aquele pronome pessoal não pode, de facto, ser tomado como adjunto adnominal. Como o nome indica, adjunto a um nome será uma palavra que se lhe junta para lhe modificar o significado — e é o caso dos adjetivos, dos quantificadores, de muitos constituintes preposicionados e, até, das orações relativas.
Teríamos um adjunto adnominal na frase: «Não aperte o meu braço.»
O facto de «não me aperte o braço» equivaler a «não aperte o meu braço» não confere ao pronome pessoal me a possibilidade de ser descrito como adjunto nominal.