O vocábulo "flama" não existe em latim. Trata-se certamente de uma gralha, em vez de flamma, que significa «chama». Escreve-se sempre com dois emes, grafia que, aliás, se refle{#c|}te nos correspondentes termos em francês (flamme) e italiano (fiamma), para não falar de inflammable («inflamável») em francês e inglês e de infiammabile em italiano.
O segundo termo é um genitivo e significa «da vida». A tradução literal da expressão é, pois, «chama da vida», embora se possa verter também por «chama vital». Trata-se de uma expressão encontradiça em latim medieval, a par de ignis vitalis («fogo vital»), lux vitae («luz da vida»), entre outras de semelhante teor. Não se pode bem interpretar como «alma», porque se considerava que os animais também estavam animados da tal flamma vitae, desse princípio vital, embora fossem destituídos daquilo a que vulgarmente se chama alma.
A expressão ganhou algum fôlego em tempos hodiernos, ao aparecer num esconjuro latino da famosa série televisiva norte-americana Buffy, the Vampire Slayer (1997-2003), criada por Joss Whedon (n. 1964) e conhecida em Portugal por Buffy, Caçadora de Vampiros (Buffy, a Caça-Vampiros, no Brasil). Em ambiente mais tranquilo e recatado, é também o nome de uma conhecida farmácia em Santarém, no Ribatejo, onde o nosso consulente certamente colheu inspiração para esta pergunta.