O problema que se nos coloca – ou melhor, as possibilidades que temos ao nosso dispor (para) – ao construir a ideia de futuro numa mensagem oral ou escrita tem pouco que ver com a conjugação dos verbos no tempo verbal designado futuro. Com efeito, a conjugação não oferece dúvidas, e qualquer gramática no-la dá.
As duas formas de construir uma ideia de futuro que apresenta são ambas correctas. Em «irei procurar» opta-se por uma perífrase verbal na qual o verbo ir funciona como auxiliar temporal, no futuro do indicativo; com mais frequência, este auxiliar é empregue no presente do indicativo («vou procurar»). Em «procurarei», o verbo apresenta a flexão
característica do futuro simples.
Convém referir, no entanto, que o uso do tempo verbal futuro tem dado lugar a construções com o verbo no presente, em que a ideia de futuro é veiculada quer pelo contexto situacional, quer pelo contexto linguístico com recurso, muitas vezes, a advérbios como «amanhã». Cada vez mais, dizemos «Amanhã vou ao cinema», em vez de «Amanhã irei ao cinema».