Não se encontra registo deste nome no Dicionário Onomástico Etimológico da Língua Portuguesa, de José Pedro Machado, pelo que, não havendo disponíveis outras obras com as mesmas características, pouco se pode dizer sobre a sua origem, a não ser conjeturas.
Mesmo assim, pode-se supor que Migalhó tenha origem no uso toponímico do substantivo comum migalha, o qual se documenta no Sul de Portugal (na península de Setúbal e no Alentejo; idem). Migalhó seria a evolução de uma forma arcaica de diminutivo – *micaleola (aceitando que migalha vem do latim vulgar hispânico micalĕa, derivado de mica, «pedaço, partícula, migalha, grão», Dicionário Houaiss) ou de outra forma, também hipotética, já tendo por base migalha, *migalhola (forma não atestada). De ambas as formas, seria possível a passagem do sufixo -ola a -oa e depois a -ó conforme tendência característica dos dialetos portugueses. Nestes, por contraste com grande parte dos dialetos galegos, contrai-se geralmente a sequência final -oa em -ó: MOLA > moa (galego) > mó (português); Figueirola (medieval) > Figueiroa (na Galiza) > Figueiró (em Portugal). Pela mesma lógica, é legítimo conjeturar que Migalhó pressupõe Migalhoa, forma que de resto parece estar documentada na zona de Soure. Dito isto, fica por esclarecer por que razão se havia de atribuir um nome assim a uma localidade, o qual historicamente (aceitando a etimologia de Machado para o topónimo Migalha) seria o mesmo que «pequena migalha».