DÚVIDAS

O verbo sentir-se como reflexivo
A propósito da consulta feita em 9/6/2010 e respondida pela professora Ana Martins, no que se refere aos exemplos dados e à análise feita das frases «O Zé sentiu-se o rei da bicharada», «O Zé sentiu-se insignificante», «As crianças sentiram-se mal», pergunto se não é admissível considerar o verbo sentir-se nesse caso como reflexivo. Nesse caso, teríamos um predicativo de objeto direto, representado pelo pronome se. O verbo sentir é essencialmente transitivo («Sentiu a presença do inimigo»). Assim, na frase «Luísa sentiu o marido desconfiado (sentiu-o)», desconfiado seria predicativo do objeto direto; na frase «Luísa sentiu-se desconfiada (sentiu-se a si própria)», ocorreria o mesmo. Peço ainda opinião sobre a seguinte frase: «Luísa sentiu o marido junto de si.» «Junto de si» poderia considerar-se predicativo do objeto direto? Obrigado.
O significado de diariamente
Num press release da Câmara Municipal da Mealhada a determinada altura escreve-se: «A exposição, hoje inaugurada, consta de uma mostra de armamento da época, alguma estatuária e cartografia militar, além de fotografias do Bussaco e do património histórico e militar, e vai estar patente ao público no Cineteatro Municipal Messias, onde pode ser vista diariamente, de quinta a segunda-feira, das 15h00 às 18h00 e das 20h00 às 23h00, até ao próximo dia 4 de Julho.» Gostava me informassem se «... diariamente, de quinta a segunda...» está correcto. Para mim, quando empregamos a palavra diariamente, significa que são todos os dias da semana e não apenas alguns, porque senão diríamos quais os dias, por exemplo, «de quinta a segunda». Fico a aguardar o vosso esclarecimento.
O Acordo Ortográfico e os vocabulários portugueses
Gostaria de saber a vossa opinião sobre o que devo fazer neste momento como revisora linguística prestadora de serviços a diversas editoras portuguesas e a particulares em relação à aplicação do novo acordo ortográfico e, designadamente, às ferramentas entretanto disponibilizadas para a sua aplicação. O problema que se me coloca neste momento é, essencialmente, o da credibilidade dessas fontes, sobretudo no que diz respeito ao Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP), ferramenta essencial para o meu trabalho. Devo seguir o VOLP da Porto Editora [disponível na Infopédia], ou o [Vocabulário Ortográfico do Português – VOP] do Portal da Língua Portuguesa (para referir apenas os que se encontram neste momento, tanto quanto sei, disponibilizados na Internet)? Ou deverei esperar pela publicação do prometido VOLP da Academia das Ciências de Lisboa para o tomar como referência no meu trabalho?
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