Construções com o clítico se
Sempre estudei que a gramática e o bom senso nunca abonaram a construção se (com função de sujeito) e o pronome o e suas flexões a, os e as (objeto direto), por ser contrária à índole da língua portuguesa.
Uma questão de concurso público, entretanto, afirmou que a construção «podem ser descritas» equivale à construção «pode-se descrevê-las».
Ora, esta última maneira de construir fere precisamente a norma gramatical supramencionada, porquanto o pronome se está claramente exercendo a função de sujeito da locução verbal ou conjugação perifrástica «pode descrever». Conforme tudo o que pude equilibradamente compreender ao longo de mais de vinte anos de dedicação a estudos gramaticais, o modo correto de escrever o equivalente a «podem ser descritas» é «podem-se descrever» ou «podem descrever-se».
O torneio «pode-se descrevê-las», além de agredir hediondamente a tradição gramatical e o gênio da língua portuguesa estreme, não me parece nada passivo, uma vez que o se (função francesa) está desempenhando a função de sujeito, o que vai também de encontro à origem do idioma português (o se do latim não exercia a função nominativa).
Importa-me saber a vossa opinião a respeito dessas considerações.
O modificador «de manhã» (grupo preposicional)
Na frase «De manhã, a Joana toma banho», em que grupo constituinte da frase se inclui o «de manhã» e qual a sua função sintática?
As funções dos pronomes ele e lhe
Ao analisar a frase «O cavaleiro entregou ao rei a longa espada que ele lhe pedira», quais as funções sintáticas de ele e lhe?
«Vós atendeste-los»
«Vós atendestes os clientes que chegaram mais tarde, não foi?»
Por favor, ajudem-me a pronominalizar a frase supracitada.
Pior, comparativo de mau
Na expressão «Tanto pior para ele», pior é o comparativo do adjetivo mau, ou do advérbio mal?
«Faz(em)», «fazes /fazeis», marca do recetor/objeto
Veja-se a seguinte estrofe:
Oh! pesadelo terrível
Oh! sofrimento brutal
Que me faz (fazes) implorar
Pelo instante final
Considerando que o sujeito poético se dirige a pesadelo e sofrimento personificados, exercendo esses termos a função de vocativo, pergunto qual a concordância correta para o verbo fazer. Parece-me que, conforme se considere a oração adjetiva como restritiva ou explicativa, haveria a possibilidade de estarem corretas as duas concordâncias. Outras frases semelhantes: «Oh! velho amigo, que me vens alegrar»; «Oh! velho amigo que me vem alegrar».
Gostaria de uma análise a respeito, a qual desde já agradeço.
«Começa(m)-se a pendurar os quadros»
A frase «Começa-se a pendurar os quadros» parece-me correcta.
E «Começam-se a pendurar os quadros» (que pode ser lida como, em tom coloquial, «Os quadros começam-se a pendurar» («arrumam-se os livros...»)?
A concordância do infinitivo: «estudar/estudarem»
Na frase «Eu permiti aos alunos estudar/estudarem Português», está certa a concordância dupla?
Oração infinitiva como sujeito
A propósito da consulta feita por Alexander Meurer em 27/10/2011, pergunto:
Na frase objeto da consulta («Trabalhar no Tribunal de Justiça é um grande sonho meu»), por que se afirma que «um grande sonho meu» é o sujeito? E se a frase fosse esta: «Trabalhar no Tribunal de Justiça é bom»? O sujeito nesse caso já é «trabalhar no Tribunal de Justiça», apesar de se tratar de estrutura gramatical idêntica à da frase anterior.
Penso que a dúvida apresentada pelo nobre Alexander seja justamente essa.
Gostaria de uma nova abordagem da questão pela competente consultora Eunice Marta, a quem desde já agradeço.
Os clíticos com tocar e mexer
Nas frases seguintes, nele pode ser substituído por lhe?
1 – «Toquei nele.»
2 – «Não mexi nele.»
