Pergunta:
No âmbito da gestão, encontro com bastante frequência a palavra "calculativo" associada ao modelo de Meyer e Allen, nas traduções para português. No entanto, fico com dúvidas se, na realidade, esta palavra existe em português, ou se é mais uma tentativa de tradução forçada de um termo estrangeiro, e se não seria mais apropriado utilizar-se o termo "calculista".
Resposta:
Apesar do adjetivo calculativo não estar dicionarizado, a verdade é que ele se utiliza, por exemplo, em contexto académico: «comprometimento calculativo». Este adjetivo, que parece ser um decalque do inglês calculative, é formado pelo verbo calcular e o sufixo -(t)ivo, que denota o sentido de ação, referência ou modo de ser.
Quanto a calculista, adjetivo que significa «que ou o que faz cálculos; que ou pessoa que tudo calcula ou que não procede senão por interesse» (Dicionário Infopédia), é formado pelo substantivo cálculo e o sufixo -ista que lhe atribui um sentido de ocupação ou ofício. Posto isto, o adjetivo calculista, como sugere o consulente, poderia ser perfeitamente utilizado com vantagem sobre de calculativo, mas acontece que, de todas as aceções que aquele adjetivo tem, a que mais se lhe associa é a de «pessoa que tudo calcula ou que não procede senão por interesse». Outra possibilidade será empregar calculador, «que calcula», ou calculante, com o mesmo sentido, os quais constituem adjetivos mais neutros em relação a juízos morais.
No entanto, uma consulta de várias páginas da Internet confirma que calculativo se impôs como termo académico no estudo das organizações, fazendo parte de uma tipologia – as outras dimensões são o «comprometimento afetivo» e o «comprometimento normativo» –, a que é proposta por John P. Meyere Natalie J. Allen, em