Pergunta:
Desde já agradeço o empenho brilhante que a equipe do Ciberdúvidas tem ao dispor para o público deste site fantástico. Sempre vossos textos são aclamados com louvor nas discussões que realizamos sobre a língua e suas especificidades em sala de aula.
Bem, estou, desta vez, a fazer um trabalho de pesquisa sobre a história da ortografia na língua portuguesa, mais precisamente sobre o aparecimento do processo de hifenização na ortografia. Qual a origem do uso do hífen na ortografia do português e quais suas principais alterações de uso no decorrer na evolução do português? Onde posso encontrar alguma referência acadêmica sobre o tema?
Gostaria de saber também sobre a utilização dos termos agudo, grave ou esdrúxulo para designar respectivamente, um vocábulo oxítono, paroxítono ou proparoxítono aqui no Brasil. É legítimo esse uso por aqui? Embora já tenha consultado alguns dicionários que confirmam o uso, fiquei receoso.
Agradecido antecipadamente.
Resposta:
Agradeço, em nome da equipa do Ciberdúvidas, as simpáticas palavras que teve a amabilidade de nos endereçar.
Como já aqui foi múltiplas vezes salientado por vários consultores, as regras do uso do hífen nas palavras compostas são das mais complexas na ortografia portuguesa. Aliás, os seus níveis de diversidade e de discrepância são tais, que o Acordo Ortográfico recentemente ratificado prevê a sua suposta simplificação.
A propósito do lançamento do seu mais recente livro, metaforicamente intitulado Peso do Hífen, Onésimo Teotónio Almeida, numa recente entrevista concedida ao Jornal de Letras, Artes e Ideias, faz justamente referência aos imbróglios históricos de que este pequeno traço horizontal tem sido epicentro, chegando mesmo a reconhecer que a opção pelo referido título para o seu livro não tenha talvez sido a mais feliz, sobretudo «depois dos acesos debates sobre o Acordo Ortográfico, referindo-se «obviamente à decantada questão do hífen».
Dito isto, compreenderá o nosso consulente que não será este o local mais adequado para entrar em considerações de tão exigente profundidade.
Podemos, contudo, dar aqui conta de algumas notas que, penso, serão do maior interesse do consulente, pois vão certamente ao encontro das dúvidas expostas:
1. Q...