v - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
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Textos publicados pelo autor
Porque se Chama Assim?
A origem dos (estranhos) nomes de aldeias e vilas portuguesas
Por Vanessa Fidalgo

Como se intui logo no título deste livro da autoria da jornalista Vanessa Fidalgo (ed. Oficina do Livro), não podiam ser mais estrambólicos os nomes de algumas dos lugares, aldeias e vilas portuguesas, muitos deles «verdadeiramente intrigantes e que não lembram ao diabo»...

Por exemplo estes, «de meter medo ao susto», como constam no primeiro capitulo de Porque se Chama Assim? (A origem dos (estranhos) nomes de aldeias e vilas portuguesas): A-da-Mafra,  Mil Almas e CovasDegoladosMulher Morta, Rio MauMatançaUrros e Vale dos Azares. Ou os de «pura poesia popular (cap. II): Abadinho, Cucujães,

Revista da Associação Portuguesa de Linguística
XXXVII Encontro Nacional da Associação Portuguesa de Linguística
Por Fátima Silva, Isabel Pereira

O número 9 da Revista da Associação Portuguesa de Linguística, lançado a 27 de outubro de 2022, é composto por 20 artigos selecionados dos que foram apresentados no XXXVII Encontro Nacional da Associação Portuguesa de Linguística, realizado por videoconferência nos dias 28 e 29 de outubro de 2021. No seu conjunto, os textos que se divulgam nesta publicação refletem, como assinalam Fátima SilvaIsabel Pereira na nota prévia, «a pluralidade de objetos e de modelos teórico-metodológicos que caraterizam a investigação atualmente realizada em Portugal na área da Linguística e em áreas de interface com a Linguística, inscrevendo-se em áreas diversas, entre as quais se contam a Análise do Discurso, Aquisição (L1 e L2), Fonologia, Linguística Computacional, Linguística de Texto, Semântica e Sintaxe».

Dos vários artigos publicados neste número, destacam-se: o estudo de caso sobre a consciência e o conhecimento explícito associados a tarefas de pontuação em situações de escrita académica, de Ana Luísa Costa (Instituto Politécnico de Setúbal); o trabalho sobre a aquisição e desenvolvimento de estruturas que envolvem movimento não argumental (A’), nomeadamente estruturas interrogativas e relativas em crianças com Perturbação do Espetro do Autismo (PEA) com diferentes níveis de competência cognitiva, de Raquel Co...

Histórias do Mundo
Aprendizagem de Português Língua Estrangeira de nível A1
Por Ana Sousa Martins, Ana Paula Gonçalves

Com a chancela da editora Lidel, é editada mais uma obra centrada na aprendizagem de Português Língua Estrangeira de nível A1, da autoria das prfessoras Ana Sousa Martins e Ana Paula Gonçalves.

Histórias do Mundo é um livro que pretende fomentar a aprendizagem da língua portuguesa através da leitura extensiva – ou audição (o áudio das histórias está disponível no site da editora). Para tal, apresenta um conjunto de histórias adaptadas da cultura popular de vários povos, como: O gato das botas, A Branca de Neve, A Bela e o Monstro, O patinho feio, Hansel e Gretel, A história da Carochinha, entre outras. Estas histórias têm como característica apresentar frases curtas, com a ordenação normal dos seus constituintes, e deterem o vocabulário mais comum – contêm as 1000 palavras mais comuns do português. Há, contudo, um número reduzido de palavras e expressões menos comuns, que pertencem ao próprio universo de referência das histórias, mas que são explicadas através da sua definição ou pela imagem à margem da página onde ocorrem. Este pequeno dicionário é, depois, reproduzido no final do livro. No final de cada história, o aprendente pode ainda encontrar exercícios de sedimentação de conhecimento, com as respetivas soluções nas páginas finais do livro. 

Não sendo o material mais comum usado no ensino/aprendizagem de uma língua, Histórias do Mundo apresenta um modelo interessante e relevante para a compreensão da leitura que co...

Assim ou Assado
100 Perguntas sobre a Língua Portuguesa
Por Samuel Mira, Marco Neves

Organizado em dez capítulos, cada um com dez questões, o livro reproduz de alguma forma os temas tratados pelos autores nos podcasts reunidos sob o mesmo título do livro: Assim ou Assado.

Cada capítulo do livro aborda uma temática em torno de um problema da língua. Começam com o fenómeno fonético prótese, que consiste em acrescentar uma vogal, ou mesmo uma sílaba, no início de uma palavra sem que com isso se altere o sentido da palavra. Este acréscimo é considerado aceitável e mesmo formal em muitos casos e noutros é considerado errado, como em "amandar". A diversidade dos plurais de palavras terminadas em -ão e os verbos com dois particípios, ou verbos abundantes, são também analisados, bem como a distinção entre adesão e aderência e etiqueta da língua.

Sempre jogando com o sentido dos temas tratados, no quarto capítulo «Inclusão acentuada» os autores reveem as regras de acentuação, ao mesmo tempo que alertam para os casos em que há pronúncias diferentes para uma mesma palavra, como em tulipa e túlipa. A seguir falam da preferência por uma dada forma, ou palavra, e também da possibilidade que a língua proporciona de optar por palavras entradas quer por via erudita (legenda) quer por via popular (lenda) e ainda da necessidade que Samuel Mira sentiu de recorrer ao estrangeirismo liricismo, que na gíria designa o rapper enquanto autor das suas próprias letras.

O capítulo «Bairrista não patriota» conduz o leitor numa breve reflexão sobre o valor de certas palavras, como bairrismo, patriotismo, nacionalismo… De regresso a termos mais «gramaticais» os autores abordam os verbos defetivos e a possibilidade de serem usadas artisticamente formas verbais que não seriam aceit...

Dicionário Crítico das Ciências Sociais
Dos Países de Fala Oficial Portuguesa
Por Lívio Sansone, Cláudio Alves Furtado

Publicada em 2014 e com organização de Lívio SansoneCláudio Alves Furtado (Universidade Federal da Bahia), esta é uma obra que continua atual como proposta de discussão e conceptualização de temas das ciências sociais em língua portuguesa. Embora não se trate de uma reflexão estritamente metalinguística, que configure um glossário, tem, no entanto, a enorme vantagem de encontrar formulações em português para a construção de terminologias nesta área de investigação, tantas vezes sujeita ao jargão científico anglo-saxónico.

O prefácio (pp. 7-23) enquadra e justifica o projeto gerador deste dicionário, «[que] nasceu a partir de uma perspectiva e de um projeto com alcances mais amplos, e que objetiva a criação de uma rede multidisciplinar de pesquisadores brasileiros e dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), centrada na reflexão não essencial, mas crítica, da noção de “espaço lusófono”» (p. 7). Na apresentação recorda-se que a versão final do referido projeto «foi lançada no quadro do programa do XI Congresso Luso-Afro-Brasileiro de Ciências Sociais, que se realizou em Salvador da Baía de 7 a 10 de agosto de 2011»; fica igualmente clara a perspetiva crítica transversal adotada, que se repercute nas considerações dedicadas à língua portuguesa e à lusofonia. Disto é exemplo a seguinte passagem (p. 26):

«O presente Dicionário...