v - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
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Textos publicados pelo autor
Dicionário Grego-Português
Por M. C. Dezotti, M.H. Neves e D. Malhadas

É de assinalar a publicação pela Ateliê Editorial do primeiro dicionário geral bilingue grego-português feito no Brasil, o Dicionário Grego-Português. Esta obra, dividida em cinco volumes (dois deles já publicados  – alfa-delta e épsilon-iota), é resultado do trabalho de uma equipa de docentes da UNESP (Universidade Estadual de São Paulo, campus de Araraquara).

O novo dicionário vem preencher uma enorme lacuna, uma vez que a única obra brasileira afim, publicada em 1909 e reimpressa em 1994, pela Garnier, o Vocabulário das Palavras Portuguesas derivadas da Língua Grega, do barão de Ramiz Galvão, registava apenas os verbetes em português, acrescentando-lhes no fim o equivalente em língua e caracteres gregos. Em Portugal, o Dicionário Grego-Português é também bem-vindo, dada a escassez de materiais em português para o estudo do grego antigo.

Cf. A história de duas línguas: o grego e o latim

 

Dicionário de Vocábulos Brasileiros
Por Visconde de Beaurepaire-Rohan

A Livraria Garnier, de Belo Horizonte, reeditou o Dicionário de Vocábulos Brazileiros, da autoria do Visconde de Beaurepaire-Rohan e lançado em 1889. Trata-se do que muitos consideram o último exemplo da lexicografia brasileira do século XIX. Sobre esta obra, Paulo Araújo observa que «em que pesem os mais de cem anos desse dicionário, quem vive, principalmente, no interior do país não desconhece e certamente ainda usa muitos dos vocábulos ali registrados, como: camumbembe, cangapé, caritó, corrimboque, enxerido, mamulengo, pantim, peitica, rebordosa e sungar.»

O Mundo dos Sentidos — Polissemia, semântica e cognição
Por Augusto Soares da Silva

 

É raro que uma palavra tenha apenas um sentido ou um significado. O que é frequente e, ao mesmo tempo, paradoxal é que os falantes empreguem sem problemas uma mesma unidade lexical em vários contextos e com vários significados, revelando uma propriedade linguística que se chama polissemia. E é aqui que começam alguns dos problemas identificados por Augusto Soares da Silva neste novo livro: o que distingue dois sentidos da mesma palavra? quando é que a diferença de sentidos permite falar de homonímia (mesma forma, mas sentido diferente entre palavras)? e qual é a relação entre sentidos?

Estas e outras perguntas prendem-se com o questionamento sobre a natureza do próprio sentido na linguagem. Trabalhando no âmbito da Linguística Cognitiva, Soares da Silva evidencia assim como hoje se reconhece a centralidade da polissemia nos estudos linguísticos, não só no plano do léxico, mas também nas perspectivas sintáctica, morfológica, pragmática e fonológica. Além disso, como diz o autor, a polissemia «torna-se uma oportunidade para (re)ligar a linguagem à cognição e à cultura […] e oferecer uma alternativa à abordagem “clássica”, isto é, em termos de “condições necessárias e suficientes” […]» (pág. 3). Trata-se, portanto, de uma obra que põe o leitor em contacto não só com desenvolvimentos recentes dos estudos cognitivos em linguística, mas também com a análise e problematização, no âmbito dessa abordagem, de aspectos do funcionamento polissémico de várias estruturas e categorias do português.

Prontuário – Erros Corrigidos de Português
Por D´Silvas Filho

 

A 4.ª edição actualizada do Prontuário – Erros Corrigidos de Português, da autoria de D´Silvas Filho (consultor de há longa data do Ciberdúvidas), acaba de ser publicada pela Texto Editores (Portugal). Relativamente à sua 3.ª edição, a nova actualização deste prontuário apresenta diferenças substanciais.

Assim, a primeira parte – cujo título, Erros Corrigidos de Português, explica que o livro também assim se intitule – organiza alfabeticamente e lado a lado, à semelhança das edições anteriores, erros e formas correctas no plano das regras e convenções ortográficas, fonéticas e sintácticas; mas é de salientar que se inclui agora mais informação sobre erros de sintaxe e de impropriedade vocabular (por exemplo, «explosão registada em», quando se deveria dizer «explosão que se deu em»).

A segunda e terceira partes são dedicadas, respectivamente, aos estrangeirismos e às variantes brasileiras (neste caso, com especial atenção à ortografia e à aproximação que trará o Acordo de 1990, ainda por ratificar). Trata-se de secções que já existiam na anterior edição, mas que agora foram expandidas e actualizadas. Um conjunto de fichas ortográficas resume depois, na quarta parte, quer as normas do Acordo de 1945, ainda em vigor no território português, quer as alterações do Acordo de 1990. Uma das inegáveis vantagens deste capítulo é a de mostrar que as mudanças a introduzir pelo Acordo de 1990 são, como diz o autor (pág. 113), «[…] pouco numerosas (nomeadamente, nos acentos, que muito pouco mudam, contrariamente à ideia generalizada, mesmo entre pessoas de cultura literária)».

Os re...

O Essencial sobre Linguística
Por M. Helena Mira Mateus e Alina Villalva


1. A colecção O Essencial integra vinte volumes breves e é um trabalho de divulgação sobre o que se tem produzido nas diferentes áreas dos estudos linguísticos. O estilo de apresentação das matérias é sintético e incisivo. Ajudam na organização dos conteúdos os destaques gráficos, inseridos a propósito de noções-chave, citações de referência ou tópicos estanques, assim como um glossário final. Cada volume é igualmente acompanhado de bibliografia fundamental.

2. Este primeiro volume da colecção parte das perguntas essenciais:

– O que é (e o que não é) língua?

– Qual a origem e desenvolvimento dos estudos

sobre a língua?

– Que tipo de ciência é e que domínios integram a linguística? 

– Que aplicações tem a investigação linguística?

Na condução destas questões é notória a preocupação de levar em conta a perspectiva de quem não tem conhecimentos teóricos prévios sobre língua ou comunicação, através de uma exposição dinâmica e estimulante.