v - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
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Textos publicados pelo autor
As cores de Abril
O sonho em construção - Volume II
Por Carlos Morais, Fernanda Cavacas, António Manuel Ferreira, Maria Fernanda Brasete e Rosa Lídia Coimbra

O segundo volume da obra «As cores de Abril», denominado «Abril, o sonho em construção», apresenta, tal como o primeiro volume, um conjunto de artigos sobre a revolução que teve lugar a 25 de Abril de 1974 no âmbito das comemorações dos seus cinquenta anos. A sua publicação é, para os seus editores, uma celebração da conquista da liberdade e pretende contribuir «para a preservação da memória de um momento histórico transformador da nossa vida coletiva (…) [e] para “não deixar murchar a flor”, transformada em símbolo de liberdade em Portugal» (pág. 9).

Enquanto o primeiro volume estava centrado sobretudo nos acontecimentos que ocorreram no chamado processo revolucionário, este segundo apresenta trabalhos que abordam os reflexos da democracia conquistada em abril de 74 em diferentes áreas da vida de todos os portugueses como, por exemplo, a educação. Neste sentido, destacamos o texto «Educação: último reduto do combate», da autoria de Rui Pereira (Universidade Lusófona), que discute a educação como um projeto inevitavelmente político, ligando questões políticas à evolução da educação em Portugal. Na ótica deste autor é a dimensão inevitavelmente política que faz com que «falar da escola do presente tem sido sempre e não pode ser outra coisa que não uma fala sobre a sociedade do futuro, bem se sabendo que será na educação e no seu combate que este meio século poderá estruturalmente vir a ganhar-se ou a… perder-se» (pág. 194).   

As cores de Abril
O florir dos cravos – Volume I
Por Carlos Morais, Fernanda Cavacas, António Manuel Ferreira, Maria Fernanda Brasete e Rosa Lídia Coimbra

Há cinquenta anos, no fim do mês de abril, acontecia em Portugal um golpe que mudaria o rumo do país para sempre. A 25 de Abril de 1974, um grupo de militares, com o apoio da população portuguesa, pôs fim ao regime ditatorial que vigorava há 48 anos. Este golpe entraria para a história como a Revolução dos Cravos, sendo motivo para que, meio século depois, ainda seja comemorado com alegria e entusiasmo. No âmbito desta celebração, a Universidade de Aveiro publicou, em dois volumes, a obra «As cores de Abril». O seu objetivo principal é, segundo os seus editores, «promover a “cultura da memória” contra a “incultura do esquecimento”, celebrando abril, para que, nestes tempos de incertezas e de esquecimento anestesiante, a memória deste dia transformador das nossas vidas não mais se apague» (pág. 9).

O primeiro volume, objeto desta Montra de Livros e designado por «o florir dos cravos», é composto por artigos que abordam o fim da censura e a conquista da liberdade através de análises daquilo que era dito pela imprensa nacional e internacional sobre as consequências da revolução. Deste grupo de textos, destacamos, em primeiro lugar, «Jornais, jornalistas e jornalismo na Revolução de Abril», da autoria de Pedro Marques Gomes (Instituto Politécnico de Lisboa), que apresenta uma síntese sobre os media durante o processo revolucionário que decorreu entre o 25 de abril e o 25 de novembro. Este trabalho dá conta das importantes transformações que ocorreram na imprensa portuguesa e que contribuíram para a institucionalização da democracia portuguesa.

Outro artigo cujo tema está relacionado com a língua e os seus usos é assinado por Luiz Humberto Marques (U...

Reflexões sobre Lingua(gem) em Contextos de Ensino
Por Wagner Rodrigues Silva

Reflexões sobre Lingua(gem) em Contextos de Ensino é uma compilação de textos e artigos científicos, organizada por Wagner Rodrigues Silva e publicada pela editora da Universidade Federal do Tocantis (EDUFT). Os diferentes capítulos que compõem esta obra apresentam o ponto de vista de vários professores de língua do ensino básico e do ensino universitário sobre o que acontece em sala de aula quando existe uma orientação virada para práticas que abordam diferentes perspetivas da língua. Esta obra também pretende levar o leitor a refletir sobre as diferentes práticas da análise linguística, o lugar da gramática e a pedagogia dos géneros em sala de aula. Neste sentido, de acordo com Wagner Rodrigues Silva na apresentação da obra, os leitores imediatos a quem este volume se destina são os docentes das licenciaturas nas áreas das letras e pedagogia, os seus estudantes e os professores de línguas em contextos diversos.

Este livro está organizado em duas grandes partes: a primeira designada «Abordagens dos letramentos» e a segunda «Práticas escolares de língua(gem)”. Cada uma destas duas partes é composta por cinco capítulos. Destes, destacamos o capítulo 2, «Leitura de artigo científico por graduados em Letras: desafios e possibilidade», que apresenta um estudo sobre a proficiência na leitura de artigos científicos de professores de Português como língua materna em formação inicial. Após a análise dos resultados, são sugeridas algumas a...

As línguas no contexto universitário
Internacionalização e mobilidade internacional, certificações em línguas e plurilinguismo
Por Luciane Boganika, Kátia Bernardon de Oliveira, Josilene Pinheiro-Mariz

Revista Letras Raras, periódico académico de Linguística e Literatura, do Laboratório de Estudos  de Letras e Linguagens na  Contemporaneidade, da Universidade Federal de Campina Grande, no estado brasileiro da Paraíba, dedica o seu n.º 3 de 2024 à «complexa relação entre a aprendizagem de línguas e a dinâmica do ambiente acadêmico globalizado» (Apresentação). Os trabalhos coligidos distribuem-se por diferentes áreas: «internacionalização universitária, políticas linguísticas e multilinguismo, metodologias do ensino do português como língua estrangeira, elaboração didática a partir dos estudos bakhtinianos, aprendizagem do alemão através do programa Idiomas sem Fronteiras (IsF), plurilinguismo e a intercompreensão de línguas românicas» (ibidem).

O presente número compreende oito artigos, na sua maioria dedicados a questões do ensino da língua portuguesa nas universidades. Segue-se uma secção preenchida com seis entrevistas feitas a investigadores e professores universitários envolvidos no ensino e na promoção do português em várias universidades francesas (ver índice).

Neste conjunto, destacam-se os textos centrados na análise da diversidade da língua portuguesa ou das opções que se perfilam para a sua didatização e para a tomada de decisões quanto ao seu ensino no mundo académico. Contudo, no contexto do debate à volta da normativização do português nos diferentes países onde tem estatuto oficial, ganha relevo especial o artigo intitulado "A importância de não ser “pluricêntrico”:...

Como Escrever
Por Miguel Esteves Cardoso

Com chancela da Bertrand Editora, Miguel Esteves Cardoso (MEC) publicou, em julho de 2024, Como Escrever, obra que oferece conselhos práticos sobre a escrita, numa abordagem reflexiva e pessoal. 

Efetivamente, a obra em causa é uma reflexão profunda e prática sobre o ato de escrever. Com o humor e a irreverência que caracterizam o autor, a obra vai além de conselhos formais, convidando o leitor a abraçar a escrita como um processo criativo, quase terapêutico, que não deve ser reprimido pela busca incessante da perfeição – «para escrever, é preciso esquecer a questão da qualidade» (pág. 16) – ou por padrões imposto. MEC enfatiza que o tédio, muitas vezes temido, é na verdade uma ferramenta essencial para gerar ideias, e incentiva os leitores a estarem sempre prontos para capturá-las, seja com papel e caneta ou através de meios digitais.

O autor reforça, na obra, a importância de a escrita ser uma prática constante e pessoal, dissociada de qualquer pressão externa, como a opinião alheia ou mesmo o mercado editorial. Segundo ele, os aspirantes a escritores não devem procurar inspiração em leituras externas, pois «o mal vem de copiar modelos feitos e impostos por outras pessoas, tidos por corretos ou desejáveis» (pág. 12). Além disso, critica os conselhos tradicionais, afirmando que «quando olho para os conselhos que se dão a quem quer escrever, parecem-me todos excelentes conselhos para nunca mais escrever nada na vida. Um desses conselhos é “ler, ler, ler” ou, pior ainda, “ler os bons autores”» (pág. 113). A verdadeira ch...