Pergunta:
Qual o superlativo absoluto sintético de mágico: "magicíssimo"?
Resposta:
Dois superlativos são possíveis, magicíssimo e magiquíssimo, à semelhança de simpaticíssimo e simpatiquíssimo.
Licenciado em Estudos Portugueses pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, mestre em Linguística pela mesma faculdade e doutor em Linguística, na especialidade de Linguística Histórica, pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Professor do ensino secundário, coordenador executivo do Ciberdúvidas da Língua Portuguesa, destacado para o efeito pelo Ministério da Educação português.
Qual o superlativo absoluto sintético de mágico: "magicíssimo"?
Dois superlativos são possíveis, magicíssimo e magiquíssimo, à semelhança de simpaticíssimo e simpatiquíssimo.
Os substantivos inumeráveis mudam de sentido com o número conforme modelo. Quais são estes modelos?
a) referido a matérias, a forma plural significa várias unidades ou amostras de diferentes marcas e qualidades dessa matéria;
b) referido a sentimentos, emoções — manifestações particulares;
e quais modelos funcionam para os pares tipo sopa-sopas, costa-costas, ar-ares, bem-bens, etc.?
Qual é diferença entre as frases?
«comi morango» — «comi morangos»;
«comi uva» — «comi uvas», etc.
A forma plural nestes contextos nem sempre significa variedade?
Se bem percebi a pergunta feita, a consulente pretende saber como é possível empregar em português o plural de um substantivo não-contável.
Entre os nomes não-contáveis é possível considerar dois tipos, conforme se apresenta na pergunta:
I. Nomes não-contáveis massivos («denotam entidades que podem ser medidas»; cf. Dicionário Terminológico): farinha, sumo;
II. Nomes não-contáveis não-massivos: paciência, educação.1
Os casos de sopa-sopas, ar-ares, bem-bens incluem-se no tipo I. Quanto a costa-costas, trata-se de um nome contável e, como tal, passível de pluralizar, embora a forma costas seja, além de plural de costa («litoral»), o mesmo que «dorso».
Relativamente a morango e uva, o primeiro é um nome claramente contável («um morango, dois morangos»), enquanto o segundo se usa sobretudo no plural, ao que parece por questões referenciais, uma vez que se trata de fruto que se apresenta em cachos («um cacho de uvas»). No entanto, ambos os substantivos podem ser recategorizados como não-contáveis e, nesse caso, podem ocorrer sem artigo, como em a):
a) «Comi morango/uva.»
Seguindo M.ª Helena Mira Mateus et al. (Gramática da Língua Portuguesa, Lis...
Gostaria de saber a origem da expressão «saber a pato» e se o seu uso é apenas regional, uma vez que, nos dicionários que tenho disponíveis, não encontrei nenhuma referência.
Obrigada e parabéns pelo vosso excelente trabalho!
A expressão «sabe a pato» encontra-se registada por Alfredo Mendes na obra Porto: "Naçom" de Falares (Lisboa, Âncora Editora, 2010, pág. 119). Significa «reacção de alguém a quem ofereceram uma refeição». Não encontrando eu esta expressão noutra fonte que não seja a citada, sugiro a sua ligação a certas variedades do português europeu nortenho.
Sobre os factos que levaram a criar esta expressão, nada consegui apurar. O mais que se pode calcular, interpretando a frase, é que se encara a carne de pato como uma iguaria.
Gostaria de saber o significado do seguinte provérbio: «Outono, ou seca as fontes, ou salta as pontes.»
Assim se interpreta o provérbio em questão em Madeira Grilo, Dicionário de Provérbios (Pinhel, Município de Pinhel e Madeira Grilo, 2009, pág. 397):
«O outono ou nos traz a continuação da seca e do calor do Verão ou nos atormenta com as chuvadas torrenciais que tudo levam na frente.»
N.E. – (21/03/2017) Com as novas regras do Acordo Ortográfico de 1990*, tal como os nomes dos dias da semana e dos meses, os das estações do ano passaram a escrever-se com inicial minúscula. Portanto: «A classificação do nome outono» é como deve ser conforme a norma ortográfica de 1990.
*Vide b) do ponto 1 da Base XIX: Das Minúscusas e Maiúsculas:
«A letra minúscula inicial é usada:
a) Ordinariamente, em todos os vocábulos da língua nos usos correntes;
Gostaria de saber como se pode classificar a palavra brio, quanto à acentuação.
Grata pela atenção.
Há duas possibilidades:
a) se considerarmos que a palavra é um dissílabo (bri-o, pronunciado "bri-u"), diremos que é uma palavra grave (paroxítona);
b) se encararmos a palavra como monossílabo (brio, pronunciado "briu"), como é o caso na pronúncia lisboeta e outras, então trata-se de palavra aguda (oxítona).
Dentro de critérios conservadores, considerar-se-á que a pronúncia em a) está mais de acordo com a tradição normativa.
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