Pergunta:
Volto a esta questão, porque me parece que a vossa resposta anterior colide novamente com vários dicionários.
Lê-se:
«Mau grado (=«apesar de») nada tem que ver, pois, com o substantivo malgrado (= «má vontade», «desagrado»). Cf. Textos Relacionados, ao lado.».
Sucede que dicionários como o Priberam e o da Porto Editora referem expressamente que malgrado pode ser uma preposição com o sentido de «apesar de», «não obstante».
Em que ficamos?
Muito obrigado, como sempre!
Resposta:
Tem razão o consulente no que diz, e, portanto, agradece-se o seu cuidado, que levou a retirar a sequência citada da resposta em causa.
Mesmo assim, convém observar que, como se pode ler em "A preposição malgrado", os dicionários atualizados não parecem claros quanto às formas malgrado e «mau grado».
A forma malgrado é atualmente classificada como nome e preposição, de acordo com as fontes que o consulente, aliás, refere: a Infopédia e o Dicionário Priberam. No dicionário da Academia das Ciências de Lisboa (ACL) também se regista a mesma forma como nome e preposição. Contudo, ainda no dicionário da ACL, a entrada de grado compreende a subentrada «mau grado», classificada como locução prepositiva – ou seja, funcionalmente equivalente a "malgrado".
Acrescente-se que no Priberam se indica que a atual forma malgrado se grafava mal-grado no quadro do acordo de 1945, o que se confirma pela consulta do Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (1940) da ACL e do Vocabulário da Língua Portuguesa (1966) de