Textos publicados pelo autor
A formação de segurês
Pergunta: Trabalho na area de design e comunicação, e estamos a desenvolver um projecto que vai endereçar a literacia de seguros/planos de saúde com o objectivo de descomplicar conceitos e termos. A nossa ideia é definir essa linguagem como “segurês”, e gostaríamos de saber se existem direitos de autor ou se poderia haver alguma implicação de futuro.
Questão escrita de acordo com a norma ortográfica de 1945.Resposta: A opção pelo termo segurês pode ser adequada para referir de forma...
A construção verbal «é chegado» (arcaísmo)
Pergunta: Considere-se a frase:
«É chegada a hora da partida.»
Qual a voz verbal desta oração? É possível existir voz passiva com verbo de ligação e intransitivo?
ObrigadoResposta: Não se trata da voz passiva, mas sim de uma construção antiga (um arcaísmo) do verbo chegar, equivalente ao pretérito perfeito simples do indicativo:
(i) «É chegada a hora da partida.» = «Chegou a hora da partida.»
O verbo é intransitivo e, portanto, não tem voz passiva.
Sobre este uso, frequente com chegar e outros...
Reconceber e reconceção
Pergunta: Recentemente fui informado que a palavra reconceção e reconceber não se encontram dicionarizadas.
Ora, trata-se, no essencial, de «tornar a conceber». Há alguma razão para que este prefixo não possa ser utilizado, tornando a palavra como portuguesa?
Há muitos exemplos de palavras em que a (possível) utilização do prefixo não se encontra nos dicionários, todavia há palavras constituídas com o re que estão presentes, como por exemplo, o verbo...
A expressão «ter cada uma»
Pergunta: Gostava de conhecer a etimologia da expressão «tens cada uma».
Poderiam explicar-me, por favor, qual é a origem dela e os possíveis usos? Muito obrigada.Resposta: Não foi possível dispor aqui de dados factuais sobre a génese e difusão de «ter cada uma», mas trata-se de uma expressão idiomática que, como outras, tira partido do uso de pronomes pessoais de 3.ª pessoa, de outro tipo de pronomes e de adjetivos no género feminino.
Encontram-se, a par do caso em apreço, outros exemplos idiomáticos de...
Os números por extenso numa ata (II)
Pergunta: Gostaria de saber se existe alguma regra que obrigue a escrever todos os números por extenso numa ata?Resposta: Em Portugal, no âmbito da legislação em vigor, não existe disposição que obrigue a escrever por extenso os números que ocorram no texto de uma ata.
Com efeito, se, em várias áreas de atividade ou administração, os números continuam a escrever-se por extenso, é porque tal prática parece decorrer de normas internas decorrentes de razões já identificadas em 2002 no Ciberdúvidas por Rui Pinto Duarte: por um lado,...
