«(...) Os recursos académicos, científicos e tecnológicos da China estão, na sua maioria, disponíveis apenas em chinês e inglês, o que "não favorece a entrada da sabedoria chinesa nos países de língua portuguesa". (...)»
O deputado de Macau José Chui Sai Peng defendeu que a Região Administrativa Especial deveria apostar na tradução para português dos recursos académicos, científicos e tecnológicos da China.
Numa intervenção ocorrida no dia 27/02/2023 na Assembleia Legislativa de Macau, Chui Sai Peng considerou a medida suscetível de «criar uma base sólida» para «a transferência de tecnologia entre a China e os países lusófonos».
Os serviços de tradução de chinês para português — justificou — poderiam «desenvolver-se de modo alargado em Macau» para incluir a tecnologia, o design, exposições culturais e artísticas, criação multimédia e edição.
Chui Sai Peng sugeriu ainda que o Governo da Região Administrativa Especial de Macau trabalhasse com instituições de ensino superior locais para disponibilizar a micro, pequenas e médias empresas, de forma gratuita, serviços de tradução, nomeadamente utilizando inteligência artificial.
A medida iria apoiar a diversificação da economia local, acrescentou o deputado.
O Produto Interno Bruto de Macau, dependente do jogo, caiu 27,8% em termos reais nos primeiros três trimestres de 2022, de acordo com dados oficiais.
Chui Sai Peng lembrou que em novembro o executivo anunciou a criação de dois centros sino-lusófonos para apoiar a fixação de «projetos de tecnologia avançada» da lusofonia na região chinesa da Grande Baía.
A Grande Baía é um projeto de Pequim que visa criar uma metrópole a partir das regiões administrativas especiais de Macau e de Hong Kong, e nove cidades da província de Guangdong, com mais de 60 milhões de habitantes.
José Chui Sai Peng adiantou ainda que a inciativa representa «o estabelecimento oficial da primeira plataforma internacional de intercâmbio e transferência de tecnologia do Ministério da Ciência e Tecnologia» chinês.
Os recursos académicos, científicos e tecnológicos da China estão, na sua maioria, disponíveis apenas em chinês e inglês, o que «não favorece a entrada da sabedoria chinesa nos países de língua portuguesa», lamentou o deputado macaense.
Notícia difundida pela agência de notícias portuguesa Lusa.