Decorreu de 22 a 24/09/2023, em Picote, no concelho de Miranda do Douro, a 1.ª Fiesta de las Lhénguas (em mirandês, «Festa das Línguas»), que assinalou a diversidade cultural e linguística da Península Ibérica.
A iniciativa, que contou com o apoio da câmara municipal de Miranda do Douro e de outras entidades, permitiu debater, em especial, a situação linguística das regiões de tradição asturo-leonesa, nas quais se incluem os territórios de Leão e das Astúrias, bem como o extremo nordeste de Portugal (Planalto Mirandês), onde perdura a língua mirandesa. O galego foi também tema de análise.
Do programa, destacava-se um conjunto de intervenções de especialistas, que apelaram ao reconhecimento das línguas minoritárias na Europa. O linguista e presidente da Associação Frauga, António Bárbolo Alves, também promotor do encontro, sublinhou que «a Europa tem um passado extraordinário na diversidade linguística onde se destacam as línguas latinas, as românicas, as germânicas, as celtas ou o basco, e [é preciso] um espaço de aprendizagem de forma a crescermos juntos dentro desta matéria no espaço europeu». Por seu lado, Nicolás Bartolomé, membro da Academia de la Llingua Asturiana, deixou um alerta: «No espaço europeu, o que conta são as grandes línguas como o inglês, o francês, o português, o castelhano. O mirandês, com os seus parentes linguísticos do outro lado da fronteira, como o asturiano ou o galego, têm muitas dificuldades em sobreviver. Para resistir à globalização é necessário realizarem-se encontros de especialistas em línguas minoritárias para melhor se perceber as suas raízes comuns, para se poderem criar estratégias de resistência linguística e cultural.»
Mais informação na Agência Lusa e no Diário de Trás-os-Montes.